Pirataria na era digital ainda representa um risco para as empresas?

Leonir Zenaro, head de cibersegurança da Belago Technologies
Leonir Zenaro, head de cibersegurança da Belago Technologies

Em 2022, o Brasil perdeu R$ 345 bilhões em receita por causa dos produtos paralelos; especialistas destacam pontos que podem auxiliar na prevenção de danos para marcas e empresas
 

A pirataria ainda é uma ameaça real para as empresas no país, e os impactos vão muito além das perdas financeiras imediatas. O roubo de propriedade intelectual e a distribuição ilegal de produtos prejudicam a inovação, a reputação das empresas e, em última instância, a economia nacional, com queda na arrecadação nos estados, e na distribuição de recursos no mercado interno.

Equipamentos eletrônicos estão entre os itens mais pirateados, tanto no Brasil quanto no mundo. Isso inclui a indústria de jogos para PC, a distribuição ilegal de filmes, a pirataria de TV, que abrange desde mídias tradicionais, como DVDs, até aparelhos modernos que transmitem o sinal de uma operadora, além de outros dispositivos, como máquinas fotográficas. Somente em 2022, o Brasil registrou uma perda de R$345 bilhões devido à pirataria, de acordo com o Anuário da Associação Brasileira de Combate à Falsificação.

De acordo com Leonir Zenaro, head de cibersegurança da Belago Technologies, integradora de tecnologias que fornece soluções completas para negócios de organizações e empresas, todo o trabalho preventivo começa com o monitoramento de marcas para rastrear o uso indevido de sua marca, logotipo e produtos na web e ajudam a identificar prontamente atividades suspeitas.

“A partir deste trabalho, são coletadas as evidências que servirão como base de outras decisões, podendo até servirem como material para a produção de uma ata notarial, que posteriormente poderá fazer parte de um processo jurídico, por exemplo”, destaca Leonir.

 

Dicas para empresas no combate à pirataria

Com o avanço da pirataria em diversos setores da sociedade e podendo ser fator crucial para a continuidade do negócio de empresas, o  coordenador de cibersegurança da Belago, Rafael Julio dos Santos destaca quais boas práticas podem ajudar a manter as marcas protegidas da pirataria:

 

  • Campanhas de conscientização do consumidor

Tanto o setor público quanto o privado podem investir em campanhas que conscientizem sobre os malefícios de se consumir produtos pirateados, como a perda de qualidade e garantia ou, até mesmo, riscos de penalidades.

  • Ações governamentais de combate à pirataria

O incentivo a ações governamentais de combate à pirataria pode surtir grandes efeitos, já que impactam a vida de todos os cidadãos. Ações que englobam o primeiro setor ganham visibilidade e contribuem com a criação de novos hábitos na população.

  • Combinações de medidas administrativas

Medidas como novas regras de fiscalização na alfândega, por exemplo, podem ser produtivas na busca por produtos pirateados.

  • Monitoramento da marca

A utilização de ferramentas de busca para rastrear o uso indevido de sua marca, logotipo e produtos na web, ajudam a identificar prontamente atividades suspeitas e é crucial para agir a tempo.

  • Registro de ativos intelectuais

Registrar suas marcas, patentes e direitos autorais fortalece sua posição legal para tomar medidas necessárias. Além disso, considere a utilização de tecnologias de proteção de conteúdo, como DRM (Digital Rights Management), para proteger seu conteúdo online. Esta solução ajuda a garantir os direitos autorais dos desenvolvedores sobre ativos virtuais, dificultando a disseminação de réplicas e cópias ilegais.

Boas práticas podem auxiliar na diminuição de perdas

O coordenador de cibersegurança explica ainda que a pirataria pode trazer grandes prejuízos para as marcas, como perda de vendas e diminuição da confiança na marca, podendo causar problemas legais com empresas que utilizam produtos pirateados.

“Embora a implementação de boas práticas de prevenção de pirataria seja fundamental, às vezes, não é o suficiente para lidar com ameaças sofisticadas. É aí que os serviços especializados em cibersegurança entram em cena”, comenta Rafael.

Adotar boas práticas e investir na proteção de seus ativos digitais é essencial para proteger empresas, manter a confiança dos clientes e parceiros de negócios. Diante deste cenário, a importância de especialistas em cibersegurança torna-se cada vez mais vital para a prosperidade dos negócios, não somente no combate à pirataria, mas como também nos diversos outros campos onde estes profissionais atuam.

RECOMENDAMOS