Na tarde da última quarta-feira (14) cerca de 100 idosos participantes do projeto Grupo dos Mais Vividos (GMV), do Sesc-DF, e da rede socioassistencial, se reuniram para discutir e conversar sobre a violência financeira enfrentada pela pessoa idosa. A campanha carrega o lema “Quebre o Ciclo” e tem como objetivo alertar e prevenir essa forma de crime, que infelizmente ocorre com frequência, principalmente dentro do ambiente familiar, segundo a Polícia Civil do DF. A ação ocorreu no teatro da unidade da 504 Sul e foi marcada por uma atmosfera de engajamento e troca de conhecimento.
A mesa redonda, realizada como parte do evento, contou com a participação de renomados especialistas no assunto, que compartilharam suas experiências e conhecimentos, destacando a importância do debate sobre essa temática delicada. Essa iniciativa integra a campanha “Junho Violeta”, em alusão ao Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado nesta quinta-feira, 15 de junho.
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A juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e coordenadora da Central Judicial do Idoso, Monize Marques, foi uma das palestrantes convidadas. Ela enfatizou que a violência financeira tende a ocorrer principalmente dentro do ambiente familiar e apresentou dicas valiosas sobre como prevenir essas ações. “Estar emocionalmente equilibrado é fundamental para ter discernimento e desconfiar desse tipo de ação”, ressaltou a juíza.
A delegada chefe da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), Ângela Maria dos Santos, alertou sobre a ação dos golpistas, que muitas vezes exploram os sonhos e as carências afetivas das pessoas, aplicando o chamado “estelionato afetivo”. “É preciso ficar atento a links e cadastros pela internet, os bancos não solicitam esse tipo de informação. É necessário denunciar e acionar a polícia imediatamente. Não façam cadastros bancários suspeitos pela internet”, explicou.
Adriana Costa, coordenadora de assistência do Sesc-DF, também ressaltou a importância de levar informações sobre o tema para o Grupo dos Mais Vividos. Segundo ela, é fundamental capacitar e conscientizar os idosos sobre os perigos da violência financeira, para que possam se proteger de possíveis golpes. “O trabalho em rede amplia a visão de resgaste de cidadania e a qualidade de vida da pessoa idosa, e ainda o trabalho articulado e integrado se materializa em ações efetivas para o protagonismo desse grupo etário”, disse.
Durante o evento, Maria Belém, integrante do GMV no Guará, expressou sua preocupação com os novos crimes que envolvem a melhoria de condições de empréstimos. Ela alertou para a necessidade de vigilância constante, destacando a meticulosidade dos golpistas e o fato de criarem empresas que aparentam ser benéficas, mas, na realidade, têm intenções prejudiciais. “São diferentes práticas que nos procuram sob a promessa de ajuda, mas visam é nos prejudicar”, desabafou.
A mesa redonda contou com a participação de outros profissionais, como Marcelino Amaral e Mayara Sisterolli, agentes de polícia Civil, que trouxeram suas experiências e contribuíram para o debate.
O evento foi marcado por uma atmosfera de intensas e ricas contribuições, reforçando a importância de conscientizar a população sobre a violência financeira contra a pessoa idosa. A campanha busca promover a prevenção e o combate a esse tipo de violência, incentivando a denúncia e a solidariedade.
A programação da campanha seguirá nesta quinta-feira, na unidade de Taguatinga Norte, às 14h30, com debate sobre os tipos de violência e gestão financeira, com palestrante da Defensoria Pública do DF e outros parceiros.
A participação de Lair Moreno, integrante do (GMV), na abertura da campanha Junho Violeta, promovida pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) na última quarta-feira (14), foi marcante e engrandeceu a mesa principal de debate. Como uma voz ativa na luta contra a violência com a pessoa idosa, Lair trouxe sua experiência e conhecimento para enriquecer as discussões sobre a importância da conscientização e da busca por soluções efetivas para combater esses crimes. A presença de Lair destacou também a necessidade de políticas públicas abrangentes, sensibilização da sociedade e fortalecimento das redes de apoio às vítimas, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e suas histórias sejam valorizadas.
DF está em segundo lugar
De acordo com um levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a capital está em segundo lugar no ranking de denúncias de violência contra idosos no país. Nos cinco primeiros meses de 2023, o Disque 100 do governo federal registrou 1.131 denúncias de violência contra pessoas da terceira idade, mas no mesmo período de 2022, foram 733. O DF perde apenas para o Rio de Janeiro em número de registros, e é seguido pelos estados do Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Segundo o Instituto de Pesquisa e Estatística (IPEDF), a população idosa do DF é de 365.514 pessoas, equivalente a 11,84% da população total.