Saúde de SP faz mais de 5 mil transplantes no 1º semestre de 2023

Dados da Central de Transplantes do Estado apontam que número de doadores aumentou 13,5% em comparação ao mesmo período de 2022

No primeiro semestre de 2023, o Estado de São Paulo registrou 5.077 transplantes de órgãos, um aumento de 10,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Nas operações de coração, foram 75 órgãos transplantados de janeiro a junho, dois a mais que em 2022 e também superando os primeiros semestres de 2021 (73), 2020 (67), 2019 (74) e 2018 (64), de acordo com os registros da Central de Transplantes do Estado.

Neste ano, também houve aumento do número de doadores. Foram 612, um crescimento de 13,5% se comparado ao mesmo período do ano anterior. Houve ainda diminuição da recusa de familiares, com 38,6% no primeiro semestre de 2023, ante 41% entre janeiro e junho de 2022.

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Os pacientes que precisam de transplantes são inscritos no Cadastro Técnico do Sistema Estadual de Transplantes de São Paulo. A gestão do cadastro e da distribuição de órgãos é feita em conjunto com o Sistema Nacional de Transplantes e depende de fatores como disponibilidade de doadores, ordem cronológica, gravidade do caso e viabilidade de tratamentos alternativos, com prioridade aos casos em que há risco iminente de morte.

A Central de Transplantes do Estado informa que, até o final de julho deste ano, 20,8 mil pacientes aguardavam por doação de órgãos. As maiores demandas são por operações de rim, córnea e fígado, com lista de espera de 16,2 mil, 3,7 mil e 462 pacientes, respectivamente. Quanto aos transplantes cardíacos, 180 pessoas estavam na fila até o mês passado.

O coordenador do Sistema Estadual de Transplantes de São Paulo, Francisco Monteiro, ressalta que é fundamental o doador comunicar este desejo à família. Segundo ele, a doação de órgãos é um ato de amor a todas as pessoas que aguardam por um transplante.

Confira a seguir os principais esclarecimentos de Monteiro sobre a doação de órgãos:

Qualquer pessoa pode ser uma doadora de órgãos?
Qualquer cidadão pode ser um doador de órgãos. O processo para ser um doador é estabelecido por lei e segue vários passos que chamamos de protocolos para a constatação da morte encefálica, situação obrigatória para que a pessoa possa ser doadora. Mas, para que a doação ocorra de fato, é necessária a autorização expressa dos familiares mais próximos.

Preciso avisar a minha família que quero ser um doador?
O papel da família na decisão sobre doação de órgãos é fundamental. A doação só ocorre com autorização dos parentes mais próximos, por isso, nunca é demais reforçar a importância de que o assunto seja discutido com familiares para que a pessoa expresse claramente o desejo de se tornar doadora.

A doação ocorre apenas quando a pessoa morre?
A doação entre vivos só ocorre se não houver nenhum problema de saúde para a pessoa que está doando. Doar a medula óssea, por exemplo, é um procedimento simples, pode salvar vidas e não traz nenhum risco para o doador. Em pouco tempo, a medula estará completamente regenerada.

Órgãos como o rim e parte do fígado também podem ser doados em vida. Para se tornar um doador vivo, no entanto, existem vários requisitos: é preciso ter boa saúde e aprovação em um processo rigoroso, detalhado e muito criterioso para que os riscos ao doador sejam reduzidos. Mesmo assim, o doador pode ter complicações inerentes a este procedimento.

Como esclarecer quem ainda estiver com dúvidas?
Para aqueles que demonstram falta de convicção para ser um doador, o caminho é a informação. Apesar de a informação não mudar o comportamento, ela pode ser processada e assimilada para, então, virar uma convicção.

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