A descoberta de um imunizante pode levar até 15 anos, mas, com a pandemia da Covid-19, os cientistas realizaram o feito em menos de 12 meses; entenda como essas substâncias são desenvolvidas
Nos anos 1960, a descoberta de uma vacina contra a caxumba, em quatro anos, surpreendeu a humanidade. Sessenta anos depois, o recorde foi superado pelo desenvolvimento de um imunizante contra a Covid-19 em menos de 12 meses. Segundo cientistas, tamanha agilidade é explicada pelo avanço tecnológico, pelo fato de o coronavírus não ser um vírus tão desconhecido e pela concentração mundial de esforços.
Mas, afinal de contas, o que é vacina e como é feita? Trata-se de uma preparação desenvolvida em laboratório que estimula o sistema imunológico do organismo a produzir anticorpos, gerando imunidade contra doenças. O primeiro passo para se criar uma vacina é definir o antígeno, ou seja, o alvo capaz de desencadear a reação imune. Os antígenos podem ser o vírus inativo ou “morto”, popularmente falando, fragmentos do vírus, como uma proteína, ou então o vírus atenuado ou “enfraquecido”, incapaz de causar uma doença grave. Definido o alvo, que costuma ser a etapa mais demorada, a vacina é testada em animais. Depois disso, começa a experiência em humanos.
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Segundo o diretor do Laboratório de Imunologia do InCor do Hospital das Clínicas – USP, Jorge Kalil, os testes em pessoas são feitos em três fases. “A fase 1 vê toxicidade. A fase 2 vê qual é a dose e qual é o regime, ou seja, quantos microgramas ou miligramas você vai ter que dar da vacina, se você vai dar uma dose, duas doses, qual é o espaçamento. E na fase 3 você vai definir se isso realmente funciona. E aí você calcula a eficácia“. Aprovada em todas essas fases, a vacina segue para registro sanitário.
Recentemente, no Brasil, a Anvisa deu aval para a aplicação de vacinas contra a Covid-19. Diante da importância para a saúde pública, Kalil reforça que é fundamental que os pais não deixem de vacinar seus filhos. “O Brasil praticamente tinha erradicado o sarampo, não havia casos de sarampo. Mas, com a diminuição da adesão dos jovens de vacinar os seus filhos contra o sarampo, em 2018 nós tivemos 11 mil casos da doença no país. Porque as crianças não estavam vacinadas como estavam antigamente. Se a gente não mantiver a pressão através das vacinas, essas doenças podem voltar”. Tá Explicado?
*Com informações do site Jovem Pan