Baixa adesão da vacina contra HPV é preocupante; saiba como se proteger

Embora esse imunizante seja oferecido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde 2014, a taxa de cobertura fica bem abaixo dos 80% recomendados.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 70 a 80% das pessoas sexualmente ativas no mundo já foram contaminadas por alguma cepa desse vírus. Apenas no Brasil, são 700 mil novas infecções por ano.

Na maioria dos casos, a infecção por HPV é assintomática e o corpo naturalmente se livra do vírus. Por outro lado, sua persistência silenciosa no organismo pode provocar verrugas genitais e câncer em homens e mulheres. A boa notícia é que isso pode ser prevenido com uma vacina disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A má notícia é que, embora esse imunizante seja oferecido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde 2014, a taxa de cobertura fica bem abaixo dos 80% recomendados.

Atualmente, a vacina é indicada para meninas e meninos entre 9 e 14 anos de idade. O Ministério da Saúde também oferece a vacina para pessoas de 9 a 45 anos que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos.

O risco de desenvolvimento de cânceres associados ao HPV é cerca de quatro vezes maior entre pessoas vivendo com HIV/Aids e transplantados do que na população em geral.

Contudo, os principais motivos para a baixa adesão são desinformação, preconceito e problemas de acesso.

Estudos mostram que os títulos de anticorpos são mais altos dos 9 aos 13 anos, em comparação com a aplicação em adolescentes mais velhos e adultos jovens. O problema é que existe a crença errônea de que a vacina em pessoas tão jovens seja um incentivo ao início da vida sexual. Teoria que é veemente rechaçada pela ciência.

  • Vacinação contra o HPV NÃO aumenta o número de parceiros;
  • Vacinação contra o HPV NÃO antecipa o início da atividade sexual.

Ou seja, a vacinação se mostra como uma oportunidade para orientar sobre os cuidados com a própria saúde.

  • A vacinação contra o HPV pode erradicar o câncer de colo do útero.

DADOS

Um estudo publicado na revista científica The Lancet, que apontou queda de quase 90% nos casos de câncer de colo de útero entre vacinadas contra HPV, gerou uma onda de otimismo e confiança na imunização. Dez anos após o início da vacinação como medida de saúde pública em países desenvolvidos, houve uma queda significativa no número de infecções por HPV e de lesões pré-cancerosas no colo do útero.

Quadrivalente é a mais usada contra o vírus

Existem mais de 100 tipos diferentes de HPV, dos quais pelo menos 14 são cancerígenos. A vacina mais usada contra a infecção é a quadrivalente, que protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18. Alguns países, como os Estados Unidos, já começam a aplicar a nonavalente, que confere proteção contra nove tipos.

A expectativa é que esse imunizante chegue ao Brasil no ano que vem, mas, inicialmente, apenas na rede privada. Mas isso não é motivo para preocupação.

Isso pode ser feito nas escolas, por meio de uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação, como ocorreu no lançamento da campanha, em 2014. Mas essa estratégia exige estrutura e preparo dos profissionais para lidar esse tipo de vacinação.

Com informações do Extra

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