Denúncias de execuções e torturas marcam Operação Escudo na Baixada Santista

Moradores relatam truculência e violência por parte da PM, enquanto Governo de SP fala em investigação

A Operação Escudo, resposta do Governo de São Paulo à morte de um policial militar na Baixada Santista, vem sendo marcada por graves denúncias de violações de direitos humanos. Moradores de bairros periféricos relatam execuções, tortura e abordagens violentas por parte da Polícia Militar.

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Uma comitiva formada pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, Defensoria Pública e parlamentares, como os deputados estaduais Eduardo Suplicy (PT) e Mônica Seixas (PSOL), visitou a região neste domingo (11) e colheu diversos relatos.

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“A sociedade e os territórios periféricos estão muito assustados. Relatam abordagens truculentas, violentas e aleatórias, busca de egressos do sistema prisional, torturas e execuções. O que a gente está vendo aqui é um Estado de exceção. O Estado autorizando a sua força policial a executar pessoas sem o devido processo legal, sem mandado judicial, sem chance à ampla defesa”, disse a deputada Mônica Seixas à Agência Brasil.

Até o momento, 18 civis foram mortos em supostos confrontos com a polícia. Segundo relatos, os policiais ameaçam jovens usuários de drogas e prometem vingança pela morte do policial. A deputada Mônica Seixas classificou a operação como “uma operação de vingança e barbárie”.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que todos os casos estão sendo apurados e que, desde o início do ano, seis policiais foram mortos. A pasta não se manifestou sobre as denúncias de violência.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também se manifestou sobre o caso, expressando preocupação com as “graves violações de direitos humanos” durante a Operação Escudo.

Governo de SP se manifesta

Em publicação no X, antigo Twitter, no dia 7 de fevereiro, o governador Tarcísio Freitas lamentou a morte de dois policiais e disse que “tudo será investigado para a identificação e prisão de cada um dos criminosos envolvidos”.

Comunidade em estado de choque

A comunidade da Baixada Santista está em estado de choque com as denúncias de violência. A Ouvidoria da Polícia, a Defensoria Pública e os parlamentares que visitaram a região cobram uma investigação rigorosa dos casos e medidas para garantir a segurança da população.

Na sexta-feira (9), a prefeitura de São Vicente, na Baixada Santista, cancelou o carnaval de rua na cidade em razão da falta de segurança.

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