Lula critica modelo tradicional de financiamento do FMI e defende moeda única para transações entre países dos Brics

China, 13.04.2023 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na posse da Presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lula exaltou o papel do banco como um instrumento de combate à desigualdade e não poupou críticas ao FMI

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o modelo tradicional de financiamento de instituições financeiras internacionais.

Em discurso, na posse de Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB na sigla em inglês), em Xangai, na China, Lula destacou que o NDB, também conhecido como Banco do Brics, não tem a participação do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou instituições financeiras de países de fora do grupo.

Lula exaltou o papel do banco como um instrumento de combate à desigualdade e não poupou críticas ao FMI, a quem acusou de “asfixiar” a Argentina. Ele também defendeu a possível criação de uma moeda local para financiamento de projetos. “Pela primeira vez, um banco de desenvolvimento de alcance global é estabelecido sem a participação de países desenvolvidos em sua fase inicial. Livre, portanto, das amarras e condicionalidades impostas pelas instituições tradicionais às economias emergentes. E mais, com a possibilidade de financiamento de projetos em moeda local”.

O presidente pediu “paciência” os bancos e ressaltou que eles devem ter em mente a palavra tolerância ao renovar seus acordos de financiamento.

“Nenhum governante pode trabalhar com uma faca na garganta porque está devendo”, disse. “Não cabe a um banco ficar asfixiando as economias dos países como está fazendo com a Argentina o Fundo Monetário Internacional”, completou.

O Brics 

Criado em dezembro de 2014 para ampliar o financiamento para projetos de infraestrutura e de projetos de desenvolvimento sustentável no Brics e em outras economias emergentes, o NDB atualmente tem cerca de US$ 32 bilhões em projetos aprovados. Desse total, cerca de US$ 4 bilhões estão investidos no Brasil, principalmente em projetos de rodovias e portos.

Em 2021, o Banco do Brics teve a adesão dos seguintes países: Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidos e Uruguai.

 

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