Izalci mira CPI contra o BRB: De que lado ele está?

Afinal, a busca por transparência de Izalci na operação do BRB é verdadeira ou se trata de uma estratégia política?

A decisão do senador Izalci Lucas de propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a intenção de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), gerou questionamentos sobre sua posição política e suas principais motivações.

Ele que se apresenta como bolsonarista, mas até recentemente era filiado ao PSDB, parece andar na contra-mão do grupo político ao qual pertence. A postura de Izalci se alinha ao grupo político de esquerda, representado por Ricardo Cappelli (PSB) e Erika Kokay (PT), que, ironicamente, foi o responsável por colocar o BRB sob investigação policial.

Nos bastidores, o que dizem é que Izalci quer se manter visível e viável para uma eventual candidatura ao GDF, mas sem o apoio declarado de Jair Bolsonaro. A preferência do ex-presidente, segundo aliados, tende a recair sobre Celina Leão, com quem Michele Bolsonaro mantém uma relação próxima. Isso talvez, explicaria a atitude de dotar o discurso do pedido de CPI, já que não há sequer fatos concretos para tal.

Apesar de todo o borburinho de Izalci e o restante da turma, eles parecem esquecer que a transação ainda depende do aval do Banco Central e do Cade, órgãos reguladores responsáveis pela estabilidade do setor bancário. O Banco Central, por exemplo, deve garantir que a instituição compradora tenha capacidade financeira e estrutura de gestão adequadas, protegendo os direitos dos correntistas e investidores, conforme a Lei nº 4.595/1964.

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Em entrevista ao Estadão, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, destacou que a operação foi conduzida de forma técnica, sem ingerência política. Ele ressaltou que a análise das carteiras e produtos do Banco Master demonstrou sinergia com os interesses do banco público, reforçando a viabilidade da transação.

O desempenho do BRB

Desde 2019, o BRB tem apresentado uma trajetória de crescimento notável. O lucro líquido recorrente aumentou significativamente, acompanhado por uma expansão robusta da carteira de crédito em segmentos estratégicos como o imobiliário, rural e consignado. A base de clientes também cresceu, impulsionada pela digitalização dos serviços e pela expansão geográfica além do DF. Esses resultados refletem uma estratégia bem-sucedida de diversificação e investimento em tecnologia.

A pergunta que não quer calar

Diante desse cenário, será que Izalci Lucas estaria realmente preocupado com a transparência da operação ou sua postura reflete interesses políticos? Afinal, de que lado ele está?

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