A confiança dos cidadãos brasileiros nas Forças Armadas apresentou uma queda desde o final do ano passado, de acordo com um novo recorte da pesquisa mais recente da série Genial/Quaest. Os resultados da pesquisa demonstraram que, entre dezembro e agosto, houve uma queda de 43% para 33% na proporção daqueles que afirmam “confiar muito” nas instituições militares. No mesmo período, a exceção que expressam “confiança limitada” ou “falta de confiança” na organização aumentou de 54% para 64%. As informações são do site Mais Goiás.
As Forças Armadas foram a única instituição que experimentou uma mudança notável em sua avaliação pública, superando a margem de erro calculada para o estudo (2,2 pontos percentuais), desde a pesquisa anterior. A pesquisa também avaliou os níveis de confiança dos brasileiros na Polícia Militar, nas igrejas evangélicas e católicas, no Supremo Tribunal Federal (STF), no Congresso Nacional e nos partidos políticos.
A redução na confiança dos cidadãos nas Forças Armadas ocorreu em quase todos os segmentos da população, porém foi mais pronunciada entre aqueles que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições do ano passado. Nesse grupo, a confiança “muito alta” nas Forças Armadas foi de 61% para 40%. A proporção que expressam “falta de confiança” na instituição aumentou de 7% para 20% desde dezembro, enquanto aqueles que afirmaram “confiança limitada” passaram de 31% para 38%.
Uma parte dos apoiadores de Bolsonaro, um ex-militar, realizou acampamentos em frente aos quartéis do Exército após a derrota do ex-presidente nas eleições de outubro, com a esperança de mobilizar os militares para reverterem o resultado das eleições. Essa ação culminou na invasão e vandalização das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Após esse incidente, o Ministro da Defesa, José Múcio, destituiu o comandante do Exército, General Júlio César Arruda, e nomeou o General Tomás Paiva em seu lugar.
Outro grupo que refletiu a diminuição do prestígio militar foi o dos evangélicos, em grande parte apoiadores da tentativa de reeleição de Bolsonaro. Aqueles que “confiam muito” nas Forças Armadas entre os evangélicos diminuíram de 53% para 37% em oito meses. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde Bolsonaro recebeu mais votos do que Lula no segundo turno, esse número caiu de 46% para 32% durante o mesmo período.
A pesquisa foi conduzida de 10 a 14 de agosto, com 2.029 orientados em 120 municípios, com brasileiros com 16 anos ou mais. A margem de erro foi estimada em 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.