A influenciadora digital e ex-BBB defende internet como ferramenta de apoio às populações vulneráveis
Vítima de ataques transfóbicos e religiosos em suas redes sociais, a candidata a deputada federal Ariadna Arantes (PSB), propõe regulação das redes sociais e empreendedorismo digital.
A violência pela qual ela e milhões de brasileiros foram vítimas, nos últimos anos, tornou-se uma das razões para que ela incorporasse a regulação das redes sociais às suas propostas para um mandato na Câmara dos Deputados.
Escondendo-se atrás da necessária “liberdade de expressão”, criminosos ameaçam constantemente a integridade física, emocional e moral de populações vulneráveis.
Mulheres, negros, transexuais, homossexuais e adeptos das religiões de matriz africana são as principais vítimas, embora ninguém esteja livre de sofrer ataques. Até mesmo os ultradireitistas defensores da liberdade irrestrita à expressão sofreram recentemente com a violência no universo digital.
“Temos o PL 2630/2020, mas o texto está muito aquém do que a população brasileira espera. Em pesquisa realizada pelo IPEC – antigo IBOPE- a pedido da ONG Avaaz, 90% dos eleitores brasileiros apoiam a regulamentação das redes sociais. Lembro que 99% dos smartphones no Brasil têm whatsapp. Informações equivocadas podem provocar cenários dramáticos e devastadores, como vimos com as campanhas de vacinação. Todos temos o direito de nos expressar, mas tal direito, como assegura a Constituição, não pode se sobrepor a outros direitos igualmente básicos, como aquele à vida. As taxas de suicídio decorrentes de campanhas de difamação vêm alcançando patamares alarmantes. Jornalistas, dirigentes de movimentos sociais e ativistas políticos têm se mudado do Brasil com medo dos ataques sofridos nas redes sociais” explica a candidata.
A pessebista também pretende levar ao Congresso Nacional uma série de propostas que viabilize o empreendedorismo digital para jovens, idosos e a população carente.
Para Ariadna, “é fato notório que a digitalização da economia abre inúmeras oportunidades para empreendedores individuais, micro e pequenas empresas. Mas essas oportunidades seguem restritas aos grandes centros urbanos e aos mais ricos. Há imensa fatia da população que é digitalmente analfabeta, além de todas as deficiências de infraestrutura que conhecemos e ausência de crédito para quem pretende ingressar naeconomia do futuro. O Brasil não pode ficar dependente do agronegócio. Temos milhões de jovens que precisam estar inseridos na tecnologia. Sou uma mulher trans, negra, do candomblé. Quero ser uma voz para mulheres, negros, povo do santo. Mas uma deputada não pode apenas defender o interesse dos grupos que representa. Precisa pensar no país, em sua economia, em seu crescimento, em sua segurança. Tenho me reunido com especialistas, ongs, movimentos sociais. Não há como combater a desigualdade sem tratar da tecnologia.”