Voluntariamente, o governador afastado Ibaneis Rocha (MDB compareceu à sede da corporação para prestar esclarecimentos, nesta sexta-feira (13), após ser afastado do cargo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares pelo prazo inicial de 90 dias.
Em depoimento na Polícia Federal, Ibaneis disse que o Exército impediu a retirada do acampamento de bolsonaristas localizado em frente ao Quartel-General, em Brasília. Ele também afirmou que o acampamento estava instalado em uma área “sujeita a administração do comando do Exército”.
Ainda de acordo com Ibaneis, o Governo do Distrito Federal (GDF) “manteve contato com os comandantes militares para organizar a retirada pacífica dos acampados”.
Além disso, ele afirmou que algumas barracas chegaram a ser removidas, no entanto, policiais militares e agentes do DF Legal não conseguiram terminar o trabalho por “oposição das autoridades militares”.
No depoimento, o governador disse que as tratativas com o Exército ficavam a cargo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) e que a equipe de transição do governo federal “tinha conhecimento da oposição do Exército na retirada dos acampamentos”.
Ibaneis também contou que acompanhou a movimentação na Esplanada dos Ministérios pela televisão, quando viu o início de um tumulto próximo ao Congresso Nacional, e determinou ao secretário interino colocar todo efeito das forças de segurança na rua.
Logo após a situação ser controlada, exonerou Anderson Torres por ele estar fora do país em um momento “trágico” e, por isso, perdeu a confiança nele.
Desmobilização dos Acampamentos
O político disse a PF que, após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), houve desmobilização dos acampamentos e que, inclusive, o GDF auxiliou o bolsonaristas que deixavam a capital, “fornecendo passagens de ônibus e na retirada de algumas barracas”.
Republicana com a Presidência da República
Ibaneis lembrou que respeita as urnas eletrônicas e o resultado das eleições. E além disso, afirmou que, após as eleições, não esteve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que “se empenha na criação de uma relação republicana com a presidência da República”.
Acesse aqui a íntegra do depoimento de Ibaneis Rocha à PF.