Ilhas de floresta: uma solução para recuperar a biodiversidade em áreas de monocultura

Foto: Gustavo Paterno / Acervo Pesquisadores

Estudo publicado na Science mostra que ilhas de árvores podem atrair espécies nativas e acelerar a restauração de florestas

Um estudo publicado na revista Science revelou que a criação de “ilhas de floresta” em meio a plantações de monocultura pode ser uma estratégia eficaz para recuperar parte da biodiversidade perdida. A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Göttingen (Alemanha) e da Universidade de Jambi (Indonésia), demonstrou que quanto maiores e mais diversas forem as ilhas, maior será o número de espécies nativas atraídas para o local.

Experimento em larga escala

Os pesquisadores plantaram 52 ilhas de árvores em uma plantação de dendê na Indonésia, variando o tamanho das ilhas e a diversidade de espécies plantadas. Após seis anos, o estudo identificou 2.788 novas plantas de 58 espécies diferentes.

Resultados promissores

Os resultados mostraram que as ilhas com mais de 400 metros quadrados abrigaram 94% das espécies nativas identificadas no estudo. Além disso, a diversidade de espécies plantadas no início do experimento influenciou diretamente a diversidade do ecossistema restaurado.

Benefícios para o Brasil

O brasileiro Gustavo Paterno, pesquisador da Universidade de Göttingen e autor principal do estudo, acredita que o método pode ser adaptado ao Brasil. “A abordagem poderia ser aplicada em plantações de eucalipto, laranja, café, cana-de-açúcar e soja”, sugere.

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“Atratores de biodiversidade”

“Essas ilhas funcionam como atratores de biodiversidade”, explica Paterno. “Após seu crescimento, as árvores atraem aves e animais frugívoros, que trazem mais sementes e enriquecem a regeneração da vegetação. Com o tempo, essas ilhas podem se expandir e formar uma área florestal contígua”.

Importância da conservação

É importante ressaltar que, apesar dos benefícios, as ilhas de floresta não substituem a conservação de florestas primárias. No entanto, elas representam uma estratégia promissora para recuperar parte da biodiversidade em áreas degradadas pela monocultura.

Da redação com informações do Agência Bori

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