Venezuela intensifica ataques ao Brasil e acusa Itamaraty de “agressão grosseira”

Governo Maduro critica postura brasileira em relação às eleições e à entrada da Venezuela no Brics.

A crise diplomática entre Brasil e Venezuela se intensifica. O governo venezuelano de Nicolás Maduro voltou a criticar o Brasil, acusando o Itamaraty de “tentar enganar a comunidade internacional” e de praticar “agressão grosseira” contra Maduro. A Venezuela também acusa o Brasil de interferir em seus assuntos eleitorais e políticos.

Troca de acusações:

Conforme noticiou o JN da TV Globo, as novas críticas foram feitas em uma nota publicada nas redes sociais do chanceler venezuelano, Yván Gil Pinto, em resposta a uma nota do Itamaraty que condenava os ataques e a retórica ofensiva de autoridades venezuelanas contra o Brasil.

A tensão entre os dois países aumentou após a publicação de uma mensagem pela Polícia Nacional Bolivariana com uma imagem semelhante ao presidente Lula e a frase: “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”. A publicação foi apagada posteriormente.

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Crise diplomática:

A crise teve início em julho, quando o governo brasileiro não reconheceu a vitória de Maduro nas eleições venezuelanas, alegando falta de transparência e possíveis fraudes. A relação se deteriorou ainda mais com a oposição do Brasil à entrada da Venezuela no Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

“Tom ofensivo”

Por meio de nota, o Itamaraty manifestou “surpresa” com o “tom ofensivo” das manifestações venezuelanas e defendeu o diálogo franco e o respeito às diferenças como base para as relações bilaterais.

Confira a nota na íntegra:

O governo brasileiro constata com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais.

A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo.

O Brasil sempre teve muito apreço ao princípio da não-intervenção e respeita plenamente a soberania de cada país e em especial a de seus vizinhos.

O interesse do governo brasileiro sobre o processo eleitoral venezuelano decorre, entre outros fatores, da condição de testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho. 

O governo brasileiro segue convicto de que parcerias devem ser baseadas no diálogo franco, no respeito às diferenças e no entendimento mútuo.

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