Infectologista revela o que se sabe até o momento e como a nova cepa do coronavírus pode alterar o panorama atual da pandemia
A variante Ômicron, assim como a Delta, é uma mutação do coronavírus. Seu primeiro registro oficial foi feito na África do Sul, no dia 24 de novembro. No entanto, existem indícios de que o primeiro caso de contaminação pela nova cepa ocorreu no dia 09 do mesmo mês, na província sul-africana de Gauteng.
Na última sexta-feira (26), a OMS (Organização Mundial de Saúde), emitiu um alerta global afirmando que a variante Ômicron representa um risco “muito alto”, mas que ainda existem incertezas sobre seus perigos reais. E ontem, o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, confirmou os primeiros casos positivos para a nova cepa no Brasil.
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De acordo com o Dr. Antônio Ganme, médico infectologista e coordenador da UTI da Rede D’Or Jabaquara, que criou um grupo de estudos sobre Covid-19, a variante Ômicron “tem 50 mutações, das quais 32 são envolvidas na síntese da proteína spike, que é a utilizada para infectar células e é o alvo das vacinas atuais”.
E é por causa de todas essas mutações que ainda existem inúmeras incertezas sobre a eficácia das vacinas contra a variante Ômicron. Segundo o médico, a nova cepa pode sim alterar o panorama da pandemia no Brasil e no mundo. No entanto, a expectativa é de que só teremos informações concretas sobre o poder dos imunizantes nas próximas duas semanas.
Até lá, a recomendação atual é não abaixar a guarda e evitar flexibilizações exageradas das medidas de segurança. “Inclusive, é insanamente perigoso liberar carnaval. Mas, ainda não há motivos para se trancar casa. Manter máscaras e álcool, com certeza”, afirma o médico.
Os principais sintomas identificados até o momento são: fadiga intensa, dores musculares, tosse seca ou irritação na garganta. O relato é de que poucos pacientes tiveram febre e, na maioria dos casos, ela foi baixa.
Nos países que tiverem os primeiros registros, como a África do Sul, por exemplo, houve um crescimento considerável de novos casos de Covid-19 após o surgimento da variante Ômicron. No entanto, os casos de mortes e hospitalizações não acompanharam o aumento das infecções.
Isso significa que, até o momento, não se pode afirmar que a nova cepa provoca casos mais graves de Covid-19. Porém, já existem evidências de que ela é mais contagiosa.
A recomendação dos especialistas é manter a vacinação, com as doses de reforço. Além de continuar com todas as medidas de higiene e o uso de máscaras, evitando ao máximo qualquer tipo de aglomeração. Caso identifique algum sintoma, procure a unidade de saúde mais próxima de sua casa, para realizar o teste o quanto antes.
Fonte: Terra