De perfil progressista, Claudia Sheinbaum é apoiada pelo governo
As eleições gerais no México estão prestes a acontecer, e o país se prepara para um momento crucial em sua história democrática. Mais de 98 milhões de mexicanos estão convocados às urnas para escolher seus representantes em uma eleição que abrange quase 20.000 cargos políticos, incluindo a presidência, senadores, deputados federais, governadores e prefeitos.
Primeira Mulher Presidente
Pela primeira vez na história do México, duas mulheres disputam a liderança da segunda maior economia da América Latina. Claudia Sheinbaum, da coligação governamental “Vamos Continuar a Fazer História”, e Xóchitl Gálvez, da coalizão de oposição “Fuerza y Corazón por México”, estão na corrida presidencial. A mais recente pesquisa da Mitofsky mostra que Sheinbaum lidera com 48,9% das intenções de voto, com uma vantagem significativa em relação a Gálvez. Essa eleição simboliza um marco importante para as gerações mais jovens e envia uma mensagem poderosa para toda a América Latina.
Violência e Políticas Sociais
A violência, infelizmente, tem sido um tema central na campanha. O México enfrenta desafios decorrentes dos cartéis de drogas que dominam regiões inteiras. Sheinbaum, ex-prefeita da Cidade do México, destaca sua experiência na redução da taxa de homicídios durante seu mandato. Ela afirma que a capital mexicana conquistou a menor taxa de homicídios desde 1989, com apenas 8 homicídios por 100 mil habitantes em 2022.
Além disso, o atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, implementou políticas sociais que conquistaram o apoio dos mais pobres. Um exemplo é a ajuda mensal para os idosos, independentemente de terem contribuído para a previdência. Essa medida tem sido crucial para garantir a subsistência de muitos idosos no país. No entanto, a direita mexicana ainda enfrenta desafios, como a imagem de corrupção e repressão policial que marcou governos anteriores.
Observação Eleitoral
Na última semana de maio, o deputado distrital Roosevelt Vilela embarcou para a Cidade do México como parte da missão de observadores eleitorais da Confederação Parlamentar das Américas (COPA). De acordo com a entidade, o papel do parlamentar é crucial na supervisão do processo eleitoral e garantir a transparência e integridade nas eleições.
México e Brasil
Com quase 130 milhões de habitantes, o México tem a 2ª maior economia da América Latina, atrás apenas do Brasil. Em 2023, a economia do país cresceu 3,2% do PIB, segundo ano consecutivo de crescimento acima dos 3%.
A taxa oficial de pobreza caiu de 43,9%, em 2020, para 36,3%, em 2022, tirando da pobreza 8,8 milhões de mexicanos. A economia recuperou os níveis de emprego e de PIB de antes da pandemia. Os dados são do Banco Mundial.
As relações comerciais entre Brasil e México têm crescido nos últimos anos. De 2019 à 2023, as exportações brasileiras para o México cresceram 74%, isso com a pandemia no meio, passando de US$ 4,8 bilhões para US$ 8,5 bilhões.
Apesar do crescimento, as exportações do Brasil para o México representam apenas 2,5% do total, similar ao Chile, para onde o país exporta 2,3% do total. Por outro lado, as importações brasileiras de produtos mexicanos representam 2,3% do total das importações. Em 2023, o Brasil importou do México US$ 5,5 bilhões, crescimento de 4,9% em relação à 2022.
Os dados do comércio exterior entre Brasil e México são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.