PF concluiu relatório que apurava a tentativa de golpe de Estado no país após a eleição de Lula em 2022
Nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal concluiu uma investigação que apurou a existência de uma organização criminosa que atuou de forma coordenada em 2022, na tentativa de manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder. O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o indiciamento de 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
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Detalhes da investigação
As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, incluindo quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas autorizadas pelo Judiciário. As investigações revelaram que os envolvidos se estruturaram em núcleos específicos, permitindo a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:
– Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
– Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado
– Núcleo Jurídico
– Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
– Núcleo de Inteligência Paralela
– Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas
Crimes atribuídos a Bolsonaro
De acordo com a Cnn Brasil, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Este é o primeiro indiciamento do ex-presidente por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, embora ele já tenha sido indiciado por organização criminosa nos inquéritos das joias sauditas e da fraude do cartão de vacina da Covid-19.
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Entre os indiciados estão ex-ministros do governo Bolsonaro, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI), Braga Netto (Defesa), o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), e o ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, também foi indiciado e prestou depoimento ao STF nesta quinta-feira.
Além dos crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro foi indiciado em julho deste ano pela venda de joias sauditas presenteadas ao governo brasileiro e posteriormente negociadas nos Estados Unidos. Nesse caso, ele foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos. Em março deste ano, Bolsonaro também foi indiciado por participação em um esquema de fraude no registro do cartão vacinal contra a Covid-19, junto com Mauro Cid e outras 15 pessoas.