O aporte financeiro de até R$ 2 bilhões para melhorar a distribuição de energia será realizado pelo setor produtivo, que contará com o auxílio de um fundo de financiamento estadual
O candidato ao Governo de Goiás Gustavo Mendanha (Patriota) explicou nesta segunda-feira (29), durante a sabatina do Fórum Empresarial, promovido por entidades empresariais de Goiás, a proposta de seu plano de governo para resolver o problema de distribuição de energia elétrica, para retomar o crescimento econômico e aumentar a competitividade do Estado.
O Fórum Empresarial de Goiás é composto pela Fieg, Fecomércio GO, Faeg, Adial, Facieg, FCDL-GO, Acieg e Sistema OCB/GO, entidades ligadas ao comércio, indústria, agronegócio e cooperativismo.
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Nos últimos anos, os problemas em energia elétrica têm afetado o desenvolvimento de Goiás e trazido prejuízos aos produtores rurais, industriais e empresários de várias atividades econômicas. A participação da indústria no PIB, por exemplo, caiu e a competitividade de Goiás também.
O atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), tem culpado, durante entrevistas como candidato à reeleição, a má distribuição energética pela falta de crescimento de Goiás. Repete o que disse em 2018, mas não fez nada como governador e não propõe uma solução.
Ao contrário de Caiado, o candidato a governador pela Coligação Estado Inteligente (Patriota 51, Republicanos, Agir, DC, PMB, PMN e Pros), Gustavo Mendanha, registrou o Plano de Gestão no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) com uma proposta factível de ser aplicada, a partir de 2023.
“Caiado teve quatro anos para resolver e se não for resolvido, iremos voltar a ver apagões em Goiás”, disse durante a sabatina.
A proposta de Mendanha é que sejam construídos 800 quilômetros de linhas de transmissão, 22 novas subestações e reforma de outras 12.
O aporte financeiro para a execução desse serviço será a partir de um fundo criado pelo governo estadual no valor de R$ 2 bilhões. A previsão é de que o retorno financeiro do fundo ocorra em 10 anos.
O programa “Parceiros de Goiás” entre eles o setor produtivo, consórcio de municípios ou associações, que tiverem interesse em financiar, seja retomando ou construindo equipamentos necessários, serão ressarcidos na conta junto à Concessionária de Distribuição de Energia.
Esse formato de parcerias já foi realizado, a exemplo de uma grande empresa de frigoríficos, a Pif Paf, e também uma das maiores empresas de mineração do mundo, Anglo American, tiveram que realizar investimentos em parceria com a concessionária de distribuição de energia. As duas geram milhares de empregos em Goiás.
Porém, o governo Caiado não estimulou nenhuma parceria e agora segue sem apresentar uma proposta.
Mendanha avalia que ao solucionar o problema da distribuição de energia, haja mais investimentos em Goiás, com a instalação de mais empresa e a ampliação do agronegócio. “Esse projeto é uma luz no final do túnel para os Goianos. Ao atrair empresas são oferecidas novas oportunidades de trabalho, e auxilia na resolução dos problemas sociais”, explica.
Além disso, com o aumento da demanda pela energia elétrica, aumenta a arrecadação do governo, uma vez que a energia é uma das principais fontes de receitas.
Ao final da sabatina, os representantes do Fórum Empresarial entregaram uma carta-proposta com as principais demandas da entidade.
SISTEMA DE ENERGIA
Para que a energia chegue até o consumidor são necessárias três etapas: Geração, Transmissão e Distribuição. Até os anos 2000, a Celg era responsável por toda operação do sistema.
Desde 2004, com o marco da energia elétrica – Lei que determinou a separação das empresas-, as etapas foram divididas. A Celg D, que foi vendida à Enel em 2016, ficou responsável pela distribuição, e a Celg GT, que ficou com as etapas de geração e transmissão, foi dividida e teve a área de transmissão vendida por R$ 1.9 bilhão para a EDP, em 2021 pelo atual governador.
As usinas que foram instaladas em Goiás geraram 21,9 mil Gw/hora por ano, número maior que o consumido pelos goianos, que é de 14,5 mil Gw/hora por ano. Ou seja, o problema não está na geração de energia, mas sim na transmissão e distribuição, feitas pela Celg GT e Enel.