O governo de Goiás deve concluir, em agosto deste ano, a primeira etapa de um levantamento que reúne dados sobre mais de duas mil espécies da fauna de Goiás.
A compilação dos dados está sendo feita por 24 bolsistas de graduação e pós-graduação do curso de Zoologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), com a coordenação de sete pesquisadores especialistas nos grupos taxonômicos estudados. O projeto recebeu o nome de GoList.
O levantamento reúne informações diversas sobre as espécies, como a distribuição geográfica, dados populacionais e de história de vida, em um sistema batizado de BioData, que será utilizado por pesquisadores na avaliação de risco de extinção das espécies e que poderá também ser acessado pelo público em geral por, meio de um módulo público.
O processo de avaliação é realizado em oficinas com especialistas nos grupos taxonômicos por meio da aplicação de um método científico desenvolvido pela International Union for Conservation of Nature’s (IUCN) e reconhecido internacionalmente.
Essa é a primeira avaliação de risco de extinção de espécies feita pelo estado de Goiás, o que ajudará a desenvolver políticas públicas mais eficientes para a conservação de espécies, como explica a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis.
“Pode ser, por exemplo, que exista uma espécie ameaçada em Goiás, mas não reconhecida nacionalmente. Com as informações em mãos, teremos condições de estabelecer as estratégias mais adequadas”.
Atualmente, o que há são dados sobre o risco de extinção em nível nacional, produzidos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio).
Com base nos dados que estão sendo compilados, especialistas vão se reunir em oficinas, ao longo de 14 meses, para realizar a avaliação de risco de extinção por espécie. Há algumas que provavelmente estarão na lista com risco maior, como o pato-mergulhão, tamanduá-bandeira, boto-do-Araguaia e onça pintada.
“Os benefícios do projeto vão além do interesse por espécies ameaçadas de extinção, pois sistematiza e amplia o conhecimento sobre a nossa diversidade, além de motivar novas pesquisas e ações de conservação”, explica o analista ambiental Franciele Peixoto, que está na coordenação do projeto.