Estudo revela perfil de trabalhadores mais vulneráveis a acidentes de trabalho ligados ao calor extremo

Imagem gerada com auxílio de inteligência artificial

Em meio à crise climática, pesquisa traça perfil de vítimas de acidentes e incêndios relacionados ao calor

Em um contexto de mudanças climáticas e eventos extremos cada vez mais frequentes, um estudo da Universidade Estadual de Maringá, publicado na revista científica Safety Science, lança luz sobre uma preocupante realidade: o impacto do calor extremo na segurança dos trabalhadores brasileiros. A pesquisa, que analisou dados de acidentes de trabalho e informações meteorológicas, traçou um perfil dos profissionais mais suscetíveis a sofrerem lesões graves ou fatais em decorrência das altas temperaturas.

Os resultados apontam que trabalhadores do Centro-Oeste, pardos ou amarelos, com idade entre 41 e 60 anos, são os mais propensos a se envolverem em acidentes graves, com risco de morte, quando expostos a temperaturas acima da média. A pesquisa utilizou uma metodologia inovadora, combinando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) com informações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

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Impactos da crise climática na segurança do trabalho

A pesquisa evidencia a necessidade urgente de medidas de adaptação e mitigação para proteger os trabalhadores dos efeitos do calor extremo, especialmente em um cenário de mudanças climáticas. As conclusões do estudo podem auxiliar na formulação de políticas públicas de segurança e saúde no trabalho, além de conscientizar empregadores e trabalhadores sobre os riscos associados às altas temperaturas.

Principais conclusões do estudo:

  • Região Centro-Oeste: A região Centro-Oeste apresenta maior vulnerabilidade a acidentes de trabalho relacionados ao calor, possivelmente devido à combinação de altas temperaturas e baixa umidade, que intensificam o estresse térmico.
  • Raça/cor: Trabalhadores pardos e amarelos demonstram maior risco, o que pode estar relacionado a desigualdades socioeconômicas e condições de trabalho mais precárias.
  • Idade: A faixa etária entre 41 e 60 anos é a mais afetada, possivelmente devido à maior dificuldade de adaptação fisiológica ao calor em comparação com indivíduos mais jovens.

Recomendações para empregadores e trabalhadores:

  • Adaptação do ambiente de trabalho: Implementação de medidas para reduzir a exposição ao calor, como áreas de sombra, ventilação adequada e pausas frequentes em locais frescos.
  • Hidratação: Incentivo ao consumo regular de água e fornecimento de bebidas isotônicas para repor eletrólitos perdidos pelo suor.
  • Equipamentos de proteção individual (EPIs): Utilização de roupas leves e respiráveis, chapéus ou bonés e óculos de sol.
  • Treinamento e conscientização: Capacitação dos trabalhadores sobre os riscos do calor extremo e as medidas de prevenção.
  • Monitoramento da saúde: Atenção aos sinais e sintomas de estresse térmico, como tontura, náusea, fraqueza e confusão mental.

A pesquisa da Universidade Estadual de Maringá reforça a importância de considerar os impactos das mudanças climáticas na saúde e segurança dos trabalhadores. A adoção de medidas preventivas e a conscientização sobre os riscos do calor extremo são fundamentais para garantir a proteção dos profissionais e evitar acidentes de trabalho.

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