Psicanalista Fabiana Guntovitch adverte sobre o perigo de invalidar emoções e reprimir a tristeza nas redes sociais
Uma nova trend nas redes sociais convida as pessoas a compartilharem fotos de momentos felizes com a legenda “Como posso estar triste se em 2024 eu…?”. Apesar da intenção positiva de celebrar as conquistas e alegrias do ano, a psicanalista Fabiana Guntovitch alerta para os riscos dessa prática quando usada para mascarar a tristeza e invalidar emoções difíceis.
- ✅ Inscreva-se no canal do Portal 84 no WhatsApp, Youtube e visite as nossas páginas no Facebook e Instagram
“Quando tentamos justificar nossa tristeza comparando-a com momentos felizes, criamos um conflito interno que pode gerar culpa e até nos afastar de uma vivência mais autêntica das nossas emoções”, explica Fabiana.
Para a psicanalista, a saúde emocional não se trata de ignorar ou reprimir sentimentos negativos, mas de acolhê-los como parte da experiência humana. “A vida real é feita de altos e baixos”, afirma. “Tentar mascarar a tristeza com fotos de conquistas não elimina o sentimento, apenas o reprime, o que pode trazer mais sofrimento no futuro”.
LEIA TAMBÉM
- Lula faz primeira aparição após cirurgia e agradece apoio em vídeo no Instagram; veja
- GDF Mais Perto do Cidadão e Dia D contra a Dengue beneficiam Santa Maria
- Governo de Brasília leva serviços gratuitos à Santa Maria: GDF Mais Perto do Cidadão oferece mais de 100 opções na região
Recorte idealizado da realidade
Fabiana ressalta que o feed do Instagram é apenas um recorte idealizado da realidade, e não um reflexo fiel da vida das pessoas. “É importante lembrar que momentos felizes e tristes coexistem, e ambos têm seu valor”, pontua. “Abraçar essa dualidade é essencial para a construção de uma narrativa mais autêntica e saudável, tanto nas redes quanto fora delas”.
Celebrar as alegrias é importante, mas não deve ser usado para invalidar a tristeza e outras emoções difíceis. “Aceitar nossas sombras e vulnerabilidades é um ato de coragem”, afirma Fabiana. “E faz parte do processo de aprendizado e evolução, que inclui autoconhecimento, autoconfiança, autoestima e amor próprio, indispensáveis para uma vida mais plena e mais feliz”.