No total, segundo a pesquisa, 42% dos brasileiros confiam muito no voto eletrônico e 31% confiam um pouco
A confiança do brasileiro nas urnas eletrônicas caiu desde março, segundo levantamento do Datafolha, mas ainda é majoritária na população.
No total, 73% responderam que confiam no sistema usado nas eleições, enquanto 24% afirmam não confiar e outros 2% não sabem.
Dentre aqueles que confiam nas urnas, 42% dizem confiar muito e 31% confiam um pouco.
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Em março, o índice de confiança era maior –de 82%, enquanto 17% afirmavam não confiar no sistema. Já em relação a dezembro de 2020, a confiança nas urnas subiu: era de 69%, contra 29% que não confiavam.
As urnas eletrônicas estão sob constante ataque do presidente Jair Bolsonaro (PL), apesar de especialistas e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) atestarem a segurança do voto eletrônico no Brasil. Bolsonaro, por exemplo, nunca apresentou nenhum indício de fraude nas eleições.
Em entrevista nesta quinta-feira (26), Bolsonaro foi questionado se pode se comprometer a aceitar o resultado das urnas eletrônicas independentemente de quem vença, mesmo que não seja reeleito, mas não respondeu. Disse apenas: “Democraticamente, eu espero eleições limpas”.
Ministros do TSE e do STF (Supremo Tribunal Federal) deram respostas duras às ilações do chefe do Executivo. No último dia 12, o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, afirmou que quem coloca dúvidas sobre o processo eleitoral “não confia na democracia” e que quem trata de eleição são forças desarmadas.
Você diria que confia muito, um pouco ou não confia no sistema de urnas eletrônicas usado nas eleições brasileiras?
Eleitores do ex-presidente Lula (PT) confiam mais nas urnas –54% dizem confiar muito, 29% afirmam confiar pouco e 16% declararam não confiar.
Já os que declaram voto em Bolsonaro se dividem em 20% que confiam muito, 38% que confiam pouco e 40% que não confiam.
O índice daqueles que confiam muito nas urnas, que é de 42% na média, cai para 38% entre as mulheres e para 31% entre jovens de 16 a 24 anos. Na faixa dos jovens, 47% dizem confiar um pouco, enquanto essa taxa é de 31% na média.
Já entre quem tem mais de 60 anos –eleitores que conviveram com o voto impresso— são 50% os que confiam muito nas urnas eletrônicas. A taxa de muita confiança também sobe para 54% entre aqueles que cursaram ensino superior.
Não confiam nas urnas 34% dos eleitores que ganham mais de dez salários-mínimos. O índice é de 24% na população geral.
Os evangélicos estão divididos da seguinte forma: os que confiam muito nas urnas são 32%, confiam pouco, 35%, e não confiam, 31%.
O Datafolha ouviu 2.556 pessoas presencialmente em 181 cidades do país nesta quarta (25) e quinta (26). A pesquisa, contratada pela Folha, tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e está registrada no TSE com o número BR-05166/2022.