Mais de 4,5 mil pessoas frequentam mensalmente oito espaços, que atendem também quem não é da comunidade da unidade de ensino
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE) está de portas abertas, mesmo para quem não é estudante da rede pública, pai de aluno ou membro da comunidade escolar. A pasta mantém oito bibliotecas escolares-comunitárias que, além de atender alunos da rede, podem ser usadas pelo público durante todo o dia e à noite em alguns casos.
Esta é a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, e não faltam motivos para os moradores do DF comemorarem: juntas, as bibliotecas escolares-comunitárias têm um acervo de quase 100 mil livros que podem ser consultados e emprestados aos usuários, mediante cadastro, além de oferecerem uma vasta programação cultural, como exposições, saraus e chás literários.
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Por mês, esses locais recebem um público de mais de 4,5 mil pessoas. “As bibliotecas escolares-comunitárias desempenham papel multifacetado na educação e no desenvolvimento das comunidades em que estão inseridas. São espaços de leitura e de socialização, aprendizagem e memória, que atuam como polo de difusão das políticas públicas do livro e da leitura, junto às demais bibliotecas das unidades escolares, primando pela preservação da produção intelectual, histórica e cultural de uma coletividade, estimulando o gosto e a prática da leitura e difundindo a informação; colaborando, assim, para a formação integral do ser humano”, diz a diretora de Serviços, Programas e Projetos Transversais da SEE, Ana Karina Braga Isac.
“Assim, as bibliotecas escolares-comunitárias oferecem uma multiplicidade de benefícios e desempenham funções importantes para o acesso à informação, pesquisa e aprendizagem, promoção da leitura, melhora no desempenho acadêmico e o enriquecimento cultural, inclusão e igualdade de acesso à educação”, completa. “O acesso é gratuito, favorecendo o desenvolvimento de competências digitais e o fomento à criatividade e à imaginação, tornando [as bibliotecas] instâncias fundamentais para o progresso educacional e social do Distrito Federal.“
Reforma
As bibliotecas ficam em sete coordenações regionais de ensino nas regiões administrativas de Brazlândia, Ceilândia, Guará, Planaltina, Sobradinho, Taguatinga e Plano Piloto – que tem duas unidades. Em Taguatinga, a Biblioteca Escolar-Comunitária Valéria Jardim funciona no mesmo lote do Centro Educacional (CED) 2 da cidade, em Taguatinga Sul. Aberta para uso da comunidade desde 2018, ela acaba de passar por uma reforma e está com a estrutura novinha para atender aos usuários, das 7h às 22h.
“A comunidade de Taguatinga tinha carência de uma biblioteca com este perfil, uma vez que não há, por esta redondeza, uma biblioteca comunitária. Há uma procura por parte dos concurseiros de um espaço para estudo, e a comunidade tem a necessidade de uma biblioteca multicultural, que possa implementar projetos culturais e de lazer. Temos um acervo de oito mil livros que atende não só as escolas de ensino básico, como também superior”, explica a diretora do espaço, Sandra Emília Barros de Sousa.
São livros infantojuvenis, obras literárias para adultos, enciclopédias, atlas, dicionários, gramáticas, além de gibis, mangás, jornais e revistas. No local são realizados eventos literários, encontros com autores locais e atividades com os alunos sob a orientação de um grupo de pesquisa de uma universidade particular.
A dona de casa Sandra Regina Raposo da Silva aproveita o espaço enquanto espera o filho de 9 anos sair da aula de xadrez, que dura uma hora. “Antes de saber que estava aberto à comunidade eu ficava lá fora. Agora fico lendo. Eu gosto de romance, de livros de autoajuda. O espaço é bem diferente, vale a pena passar um tempo aqui”, diz.
A professora da Educação de Jovens e Adultos do CED 2 Nair Fonseca Tibães frequenta a biblioteca Valéria Jardim no período noturno para estudar. Depois de conhecer o espaço, decidiu levar os alunos para usufruírem da biblioteca. “Levo-os muito para a biblioteca da escola, mas, como eles estão sendo alfabetizados, procuram por uma variedade maior de livros”, conta. “Aqui podemos ampliar o leque de livros que eles podem ler. Isso influencia no conhecimento deles”.
Em outras cidades
Também é comunitária a Biblioteca Érico Veríssimo, em Brazlândia, que fica na Quadra 2 do Setor Sul. O local passou por uma manutenção geral ao longo dos últimos três anos, e foi entregue em junho deste ano. O acervo é de 7 mil livros, em um espaço completamente adequado para os estudos, com acesso à internet.
Por sua vez, a Biblioteca Escolar-Comunitária Rui Barbosa, em Sobradinho, conta com um acervo diversificado com mais de 20 mil volumes, mas mantém uma atenção especial no atendimento às necessidades de estudo e pesquisa dos estudantes da educação básica. O espaço dispõe ainda da promoção da cultura local abrindo suas portas para que artistas da cidade exponham seus trabalhos para o público geral.
A Asa Sul tem dois espaços abertos ao público. Um é a Biblioteca Infantil da 104 Sul, onde funciona o projeto Escolinha de Criatividade, no qual os estudantes podem acessar uma variada coleção de livros, jogos educativos e atividades interativas que incentivam o interesse pela leitura e ajudam no desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais. É um espaço de leitura e aprendizagem destinado a crianças de todas as idades.Outro é a Biblioteca Escolar-Comunitária Professora Tatiana Eliza Nogueira, na 308 Sul, que oferece uma vasta programação cultural o ano inteiro, como o projeto Bebê que Lê, dedicado a crianças de até 2 anos, e que é realizado todas as sextas-feiras, às 10h, na área verde localizada em frente ao prédio.
“A Biblioteca Escolar e Comunitária da EQS 108/308 foi criada em 31 de outubro de 1969, sendo parte integrante da Unidade de Vizinhança, de acordo com a concepção urbanística de Lucio Costa. Compõe o plano original da Unidade de Vizinhança juntamente com o Clube de Vizinhança, Igrejinha Nossa Senhora de Fátima e Escola Parque. O conceito vigente na época propunha que a biblioteca atendesse às escolas do quadrante, bem como aos demais estudantes da rede pública que a procurassem. Mas, já em sua criação, veio a destinação de ser uma biblioteca escolar aberta à comunidade por ela estar situada numa quadra modelo, dando continuidade ao ideal de uma educação integral”, conta a professora da biblioteca Ana Neila Torquato.
O espaço, que atualmente funciona de segunda a quinta, das 8h às 22h e às sextas, das 8h às 18h, contém um acervo literário com mais de 7 mil obras literárias de gêneros distintos para todas as idades. Conta ainda com um projeto de paisagismo interno criado pelo arquiteto Roberto Burle Marx (1909-1994). Qualquer pessoa da comunidade pode pegar um livro emprestado.
Bibliotecas escolares-comunitárias
Biblioteca Escolar-Comunitária Érico Veríssimo
→ Setor Sul, Área Especial 3/4 A, Brazlândia
→ Funcionamento: segunda a sexta-feira; turnos matutino/vespertino e noturno
→ @crebrazlandia
Biblioteca Escolar-Comunitária Cora Coralina
→ Escola Técnica de Ceilândia
→ Funcionamento: segunda a sexta-feira, turnos matutino/vespertino e noturno
→ @cep.etc
Biblioteca Escolar-Comunitária Juscelino Kubitschek
→ EQ 17/19 Guará
→ Funcionamento: segunda a sexta-feira, turnos matutino/vespertino
Biblioteca Escolar-Comunitária Monteiro Lobato
→ Setor Educacional, lotes C e D, Planaltina
→ Funcionamento: segunda a sexta-feira, turnos matutino/vespertino e noturno
→ @bibliotecamlobatoplanaltina
Biblioteca Infantil 104/304 Sul
→ Funcionamento: segunda a sexta-feira, turnos matutino/vespertino
→ @bibliotecainfantilsul
Biblioteca Escolar-Comunitária Professora Tatiana Eliza Nogueira
→ SQS 108/308 Sul
→ Funcionamento: segunda a quinta, das 8h às 22h, e às sextas, das 8h às 18h
→ @biblioteca108.308s
Biblioteca Escolar-Comunitária Espaço Rui Barbosa
→ Quadra 4, Sobradinho
→ Funcionamento: segunda a sexta-feira; turnos matutino/vespertino
Biblioteca Escolar-Comunitária Valéria Jardim
→ QSA 24, Taguatinga Sul
→ Funcionamento: segunda a sexta, 7h às 22h
→ @bibvaleriajardim.