DF registra queda no endividamento: “Cautela” e “melhor gestão”, diz presidente da Fecomércio-DF

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor do Distrito Federal (Peic-DF), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que o percentual de famílias com dívidas a vencer diminuiu 0,4 ponto percentual em fevereiro de 2025, comparado a janeiro do mesmo ano. O índice caiu de 66,6% para 66,2%, representando uma redução de 707.823 para 703.502 famílias endividadas. Com esse resultado, o DF registra o oitavo mês seguido de queda no endividamento.

As dívidas consideradas na pesquisa incluem cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado e financiamentos de carro e casa. Em números absolutos, a redução foi de 3.781 famílias endividadas em relação a janeiro de 2025, e de expressivas 170.035 famílias em relação a fevereiro de 2024. “Isso indica uma melhor gestão das finanças pessoais, cautela dos consumidores em contratar dívidas num cenário de inflação, crescimento das taxas de juros e dificuldade de acesso ao crédito”, avalia o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire.

A inadimplência, quando há atraso no pagamento da dívida, também registrou retração de 0,4 pontos percentuais em fevereiro ao registrar 41,3% face aos 41,7% de janeiro. Essa queda, na prática, permitiu que 4.180 famílias retornassem ao mercado de crédito e ou consumo.

Subíndices

Além do nível de endividamento e inadimplência, a Peic-DF traz outros indicadores como a quantidade de pessoas que não terão condições de pagar e o quão endividadas as famílias se consideram. O percentual de pessoas que se consideram “muito endividadas”, por exemplo,  registrou, em fevereiro, 14,4%, sendo que era de 18,6% em maio de 2024. O dado se mostra positivo e também reflete uma melhor gestão das finanças, que pode ter relação com aumento na massa salarial e melhoria na empregabilidade.

O comprometimento médio da renda mensal, em fevereiro, é de 20,8%, registrando estabilidade em relação ao mês anterior, sendo o quarto mês consecutivo em queda. No mesmo mês, 49,4% do total de entrevistados afirmaram que até 10% da renda mensal está comprometida com dívidas. Outros 48,4% comprometem entre 11% e 50%; e 2,2% comprometem mais de 50% da renda. No âmbito nacional, 20,5% dos entrevistados comprometem mais de 50% da renda.

Sem condições de pagar

Em fevereiro a redução no indicador de inadimplentes veio acompanhada da redução daqueles devedores que afirmaram não terem condições de honrar seus compromissos ao registrar 18,6%. Esse mesmo índice chegou a 22,0% em setembro de 2024, por exemplo, maior índice dos últimos doze meses.

“O comportamento e a dinâmica do indicador de endividamento e de inadimplência do consumidor distrital, visto em conjunto com a intenção de consumo das famílias nos primeiros meses do ano, indica o esforço contínuo para regularização do crédito e o restabelecimento do endividamento saudável (baixa inadimplência). Este, sim, responsável pela sustentação das vendas no varejo e na contratação de serviços”, completa Aparecido.

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Ainda segundo o presidente do Sistema Fecomércio-DF, o perfil do endividamento das famílias no DF impacta positivamente o cenário nacional. Ele reforça que o comprometimento da renda dos consumidores com dívidas é de 20,8%, e que apenas 2,2% dos entrevistados comprometem mais da metade da renda. Comparado aos dados nacionais, esses valores são bem positivos, pois 29,9% comprometem a renda com dívidas e 20,5% dos entrevistados comprometem mais de 50% da renda.

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