Deputados avaliam com otimismo e precaução a nova política de preços da Petrobras

Base governista diz que redução de preços pela estatal resultará em alimentos mais baratos. Oposição desconfia da medida

A alteração da política de preços anunciada nesta terça-feira (16) pela Petrobras foi o principal tema dos discursos no Plenário da Câmara dos Deputados. Entre os governistas, o clima é de otimismo, mas a oposição recebeu a notícia com desconfiança.

A petroleira anunciou que não vai mais reajustar automaticamente os preços dos combustíveis seguindo a cotação do dólar e o mercado internacional, encerrando a Política de Paridade de Importação (PPI), que está em vigor desde 2016.

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A 2ª secretária da Câmara dos Deputados, deputada Maria do Rosário (PT-RS), afirmou que a nova política de preços da Petrobras reforça o papel estratégico da empresa. “Esta medida trabalha para uma economia forte dentro do Brasil e se articula com o que já está sendo organizado [pelo governo], como novas metas fiscais associadas a um projeto de desenvolvimento do Brasil”, disse.

A relevância econômica da Petrobras também foi ressaltada pelo deputado Helder Salomão (PT-ES). “Nós voltamos a ter uma política de preços justa, com base em estudos técnicos e que vai gradativamente controlar o preço dos combustíveis e garantir que a Petrobras seja uma empresa pública cada vez mais forte para garantir desenvolvimento econômico e social”, disse.

Para o deputado Kiko Celeguim (PT-SP), a revisão da política de preços encerra uma fase de injustiça social e sinaliza redução de preços dos combustíveis. “O povo brasileiro não ganha em dólar, o salário mínimo não é reajustado em dólar, os preços do mercado e os ganhos não são reajustados em dólar. Isso causou pobreza, inflação e grande injustiça”, afirmou.

A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) ressaltou os aspectos positivos na vida do cidadão. “O preço da comida certamente ficará mais barato com a gasolina mais barata, impactando, portanto, no transporte dos produtos que vêm do interior para os centros mais dinâmicos das capitais e das grandes cidades e que chegam à mesa do cidadão”, destacou.

O deputado Joseildo Ramos (PT-BA) afirmou que não haverá impactos no desempenho da Petrobras com a desvinculação do preço de mercado dos padrões internacionais. “A Petrobras é uma empresa que extrai o petróleo com um dos custos mais baratos do mundo”, disse.

O deputado Marx Beltrão (PP-AL) afirmou que a Comissão de Defesa do Consumidor vai ficar atenta à atuação da petroleira para garantir a queda nos preços. “Espero, realmente, que o governo possa encontrar essa política econômica, dando esse poder de compra ao povo brasileiro e, com isso, diminuindo a inflação, aumentando os investimentos”, declarou.

Críticas

Já o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) criticou a decisão. “É muito triste nós vermos o que está acontecendo hoje porque a nova política de preços da Petrobras, anunciada agora há pouco, já fez o dólar mais uma vez disparar, o euro subir e as bolsas ficarem nervosas.”

Para o deputado Maurício Marcon (Pode-RS), a mudança vai gerar endividamento da Petrobras. “O que nós estamos vendo hoje nada mais é do que uma contabilidade criativa para agradar alguns que não entendem como os preços funcionam”, disse.

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