Com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), mostra traz 29 filmes que abordam a pluralidade da cultura brasileira e dos afetos que emergem das periferias
A região administrativa mais antiga do Distrito Federal tem agora um mostra de filmes para chamar de sua. Começa dia 20 e vai até 22 de outubro o Motriz, 1º Festival de Cinema de Planaltina. Realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), do Governo do Distrito Federal (GDF), o evento chega à cidade com o propósito de reafirmar e fortalecer a periferia e a pluralidade brasileira, jogando luz ao cinema independente.
De quinta-feira a sábado, serão exibidos 18 curta-metragens da mostra competitiva, 10 da paralela e um longa na abertura do evento. Todos com entrada franca no Complexo Cultural de Planaltina. Além dos filmes, o Motriz terá bate papos, saraus e shows ao fim de cada dia de exibição, com atrações como DJ Sapo, Caliandra Molotov, Sambadeiras de Roda, África Tática e Thabata Lorena. A programação completa pode ser acessada em cinemotriz.com.br.
A primeira edição do Festival de Cinema de Planaltina recebeu a inscrição de 752 filmes de todas as regiões do Brasil. Destes, 18 foram selecionados pela curadoria por tratar e expor questões sobre os direitos humanos e as responsabilidades democráticas. A diversidade foi parte marcante de todas as inscrições, como filmes dirigidos por mulheres, diretoras e diretores negros; filmes relacionados à temática ambiental; filmes sobre a diversidade de gênero e orientação sexual e filmes que abordam a negritude.
O tema do festival é “Cinema: poéticas de resistência” e, de acordo com a idealizadora e coordenadora Adriana Gomes, tem, como elo, a busca da identidade por meio da discussão de assuntos da atualidade e dos afetos que emergem da periferia. “São filmes que refletem o cotidiano com o propósito de provocar debates e mostrar como o cinema pode interferir na nossa consciência de realidade”.
Abertura
Na abertura do festival, às 16h desta quinta-feira (20), será exibido o filme Chão, de Camila Freitas, com o público garantido das comunidades Pequeno William e 8 de Março. Junto ao Movimento Sem Terra, um dos mais longevos movimentos populares brasileiros, Chão vivencia a ocupação das terras de uma usina de cana-de-açúcar em processo de falência.
A despeito da estagnação jurídica e da aridez do agronegócio no sul de Goiás, o gesto da ocupação se firma em resistência e reinvenção de uma paisagem em disputa. Vó, PC e os mais de 600 acampados regam diariamente a utopia de um lugar por vir, em um futuro projetado para o horizonte ainda intocável da reforma agrária.