Lançamento da obra “Brasília, a arte da democracia” no IDP reuniu figuras importantes para celebrar a história da capital federal e a importância do regime democrático no Brasil
Em uma noite de celebração e reflexão sobre a história do país, o governador Ibaneis Rocha marcou presença, na última terça-feira (22), no lançamento do livro “Brasília, a arte da democracia”. O evento, realizado no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), na Asa Norte, homenageou os 65 anos da capital federal, completados na semana anterior, com uma obra que explora a rica trajetória da cidade e sua intrínseca ligação com a democracia brasileira.
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A publicação é fruto de uma colaboração entre o IDP e a FGV Arte, espaço cultural da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro. Em seu discurso durante o lançamento, o governador Ibaneis Rocha destacou a relevância da obra para a valorização do regime democrático. “Essa obra certamente vem para fortalecer os laços. Nós não podemos esquecer que o Brasil passou por um longo período de ditadura. Agora, a gente vive o maior período de estabilidade democrática no nosso país, mas isso precisa ser ressaltado a todo o momento até para que os mais jovens, que não vivenciaram esse período tão obscuro do nosso passado, tenham consciência do valor da democracia”, pontuou o chefe do Executivo local, que também mencionou a sua intenção de criar um Museu da Democracia em Brasília.
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O livro “Brasília, a arte da democracia” resgata momentos cruciais da história democrática do Brasil e presta tributo a personalidades que moldaram a capital, como Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Athos Bulcão e Darcy Ribeiro. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, um dos fundadores do IDP, também enfatizou a grandiosidade da criação de Brasília. “Essa obra revela um bocado da participação dos artistas, das pessoas, dos candangos, essa visão genial de JK que muda o Brasil, muda a economia brasileira a partir desta mudança para o centro do país. Isso já era pensado no império, mas só se realiza já na República, nos anos 1950. E é uma obra tão fantástica, é quase um milagre, se a gente pensar que uma cidade toda foi feita em quatro anos”, sublinhou o ministro.
Sob a organização do renomado crítico de arte Paulo Herkenhoff, a publicação reúne textos de especialistas em diversas áreas, como artes, arquitetura, história e política, enriquecidos por um acervo de imagens de obras de arte e fotografias que ilustram a efervescência cultural da capital. “Esse livro não foi feito por mim apenas. Eu fui o início, pus fogo em um rastro de pólvora e foram aparecendo artistas, um indicava outro e por aí fomos. Encontramos a poesia construtiva, a poesia experimental de Brasília”, revelou o organizador, que complementou com uma afirmação categórica sobre a identidade cultural do país: “Todo artista brasileiro é brasiliense. Não há Brasil sem Brasília, não há brasileiro sem Brasília”.
Uma das perspectivas inéditas da obra reside na leitura da capital a partir de dois olhares femininos: a própria cidade e a escritora Vera Brant, ex-docente da Universidade de Brasília (UnB) que teve um papel fundamental ao lado de Darcy Ribeiro na criação da instituição de ensino. Conterrânea e confidente de Juscelino Kubitschek, Vera Brant é resgatada como uma figura essencial na história de Brasília. “Às vezes, as pessoas passam e a gente esquece. A Vera é uma pessoa que merece ser lembrada, uma pessoa que fez muito, que ajudou a construir a sociedade de Brasília, a sociedade do Brasil”, destacou Sidnei Gonzalez, presidente da FGV Conhecimento.
A solenidade de lançamento do livro contou com a presença de diversas personalidades do cenário político e empresarial da capital, além do arquiteto Paulo Niemeyer, neto do icônico Oscar Niemeyer. Visivelmente emocionado, Paulo Niemeyer compartilhou sua ligação afetiva com a cidade. “Apesar de não ser brasiliense, eu me sinto muito brasiliense. Quando o Oscar estava fazendo Brasília, o meu pai trabalhou em vários projetos e eu cresci ouvindo a história de Brasília. Tive oportunidade de ser arquiteto, trabalhar com o Oscar, ser coautor em obras com ele, morar com ele por muitos anos, ser o braço-direito do Oscar. É uma história muito forte para mim e estou muito feliz de estar aqui. Esse livro, para mim, é muito emocionante, eu me vejo em cada história dessa”, definiu o arquiteto.