O ano turbulento de 2020 se foi, mas a pandemia do novo coronavírus permaneceu e, de acordo com a ciência, ainda conviveremos com a mesma por algum tempo. Pesquisadores continuam em uma busca incansável por tratamentos e por uma vacina ideal, além de maior conhecimento acerca do comportamento do vírus. Muitas perguntas ainda precisam ser respondidas, como: o que faz com que indivíduos fiquem gravemente doentes, enquanto outros permanecem assintomáticos?
Nesse contexto, uma pesquisa recente, liderada pela professora Regina Pekelmann Markus da Universidade de São Paulo (USP), acendeu uma luz! Foi demonstrado que a melatonina, um hormônio naturalmente produzido no nosso organismo, protege as células do sistema respiratório da infecção pelo coronavírus.
Se você acompanha nossa coluna, já ouviu falar da melatonina. Ela é produzida e liberada pela glândula pineal, ao anoitecer, e nos induz ao sono. Mas o estudo não se refere a essa melatonina e sim a que é produzida no pulmão.
O que acontece é que o vírus que entra no organismo, pelas vias aéreas, precisa invadir células para se reproduzir e desencadear a doença. Para que isso ocorra, proteínas que existem na superfície do mesmo precisam reconhecer e se ligam a proteínas na superfície das células do sistema respiratório. É aí que entra a melatonina, ela atua como uma barreira que impede essa conexão de proteínas e a consequente invasão do vírus.
Calma! Não saia por aí comprando o suplemento do hormônio! A professora Regina Markus ressalta que administrá-lo por via oral não irá trazer resultados, pois ele não chegará ao pulmão. Ainda não se sabe como aumentar a produção natural.
Então, qual a importância desse estudo? Os resultados indicam que o índice de melatonina no pulmão poderia ser usado para identificar os portadores assintomáticos, ou seja, as pessoas que têm o vírus circulando nas vias aéreas por um período e podem transmiti-lo, mas não ficam doentes. Além disso, há um potencial para o uso farmacológico da melatonina, aplicada diretamente no pulmão, via intranasal, de modo a se evitar a evolução da doença. Mas novos estudos são necessários para tudo isso seja colocado em prática.
Bem, o texto de hoje não irá falar sobre auriculoterapia! Gostaria apenas de passar uma mensagem de esperança para o início de 2021: tem muita gente trabalhando duro para que possamos sair dessa o mais rápido possível! Enquanto isso, vamos fazendo nossa parte com o uso de máscara, as medidas de higiene e o distanciamento social!
- Por @gisele_pena
- Fisioterapeuta
- PhD e MSc em Ciências Biológicas (Fisiologia)
- Auriculoterapeuta
- E-mail: [email protected]
