Por @Gisele_Pena
Em março deste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou que vivemos uma pandemia do novo coronavírus, chamado de SARS-Cov-2, e a doença causada pelo mesmo foi denominada COVID-19.
Apesar da grande maioria dos infectados apresentarem sintomas leves e até mesmo permanecerem assintomáticos, uma parcela de pacientes irá evoluir para a apresentação clínica mais grave da doença, necessitando de internação e podendo evoluir para óbito. Desde sua descoberta em dezembro de 2019, a ciência vem buscando conhecimento acerca da história natural do vírus e do tratamento dos pacientes, mas ainda há muito a ser esclarecido.
Atualmente, sabe-se que o espectro clínico da COVID-19 não é limitado ao comprometimento do sistema respiratório, como se acreditava no princípio, ocorrendo envolvimento de diferentes órgãos e potencial para complicações sistêmicas.
Desde então nossas vidas mudaram e muito se tem falado sobre o “novo normal”, que ninguém sabe ao certo como será. Nossa maneira de nos relacionarmos com outras pessoas precisou ser modificada, bem como a forma de se trabalhar e de garantir o sustento da família, os cuidados pessoais e hábitos de higiene. Além disso, fomos tomados por um turbilhão de emoções: medo contrair a doença, de ver amigos e entes queridos doentes; tristeza; sensação de impotência frente a um inimigo invisível; preocupação com as finanças; saudades de abraçar, beijar e realizar atividades que nos davam prazer, entre tantas outras. Como profissional de saúde, tenho escutado muitas queixas que surgiram com o início da pandemia, como por exemplo, distúrbios do sono, sensação de esgotamento físico e mental, falta de concentração, ganho de peso ou perda do apetite, queda de cabelo, surgimento de acne, dores no corpo e muita ansiedade.
Infelizmente, a doença é real e, enquanto não houver um tratamento efetivo, teremos que conviver com ela. Para suportar tanta pressão, podemos lançar mão de algumas estratégias para suavizar os efeitos desta crise em nosso cotidiano; neste contexto, entra a auriculoterapia ou acupuntura auricular. Trata-se de uma técnica terapêutica milenar que usa pontos/áreas do pavilhão auricular (orelhas) para restabelecer o equilíbrio e otimizar as funções orgânicas.
Em nossa orelha há a representação de todo nosso corpo e a técnica consiste na detecção e estimulação de regiões na orelha correspondentes a áreas “doentes” no nosso organismo. Os efeitos oriundos dessa estimulação ocorrem através de interações com o sistema nervoso central e as respostas oriundas produzem mudanças fisiológicas no organismo.
Há diversos estudos científicos demonstrando os benefícios do uso da auriculoterapia em diferentes condições. Mas para qual intuito ela pode ser usada durante a COVID-19? Para tratar distúrbios do sono, tensão muscular, ansiedade e comportamentos compulsivos desencadeados por ela, dores, falta de foco e concentração, ganho de peso, por exemplo.
Muitas pessoas me perguntam se ela é capaz de melhorar a imunidade. Há estudos demonstrando que a auriculoterapia pode sim modular a resposta imune, mas de maneira alguma a ela pode evitar com que contraia e nem irá curá-lo da COVID-19!
A melhor maneira de se prevenir é através do uso de máscara, reforçando as medidas de higiene com a lavagem frequente das mãos ou uso de álcool em gel, além do isolamento social. E caso apresente sintomas da COVID-19, procure orientação médica e siga as orientações e tratamento propostos pelos especialistas.
Cuide bem do seu corpo, ele é sua casa!
Por @Gisele_Pena
| Fisioterapeuta
| PhD e MSc em Ciências (Fisiologia)
| Auriculoterapeuta
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