Na segunda-feira (3), em meio à 5ª Semana Legislativa pela Mulher, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) recebeu uma mesa redonda que debateu os avanços e as conquistas das mulheres na política. O encontro reuniu três das quatro deputadas distritais da atual legislatura: Doutora Jane (MDB), Jaqueline Silva (MDB) e Paula Belmonte (Cidadania).
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Com mediação da diretora da Escola do Legislativo da CLDF (Elegis), Jane Marrocos, que atua há 30 anos na Casa, a discussão evidenciou a necessidade de fortalecer a representatividade feminina na política. Ela salientou que, desde a criação da CLDF, as mulheres ocuparam apenas 10% das vagas de parlamentares e presidiram apenas duas das 18 mesas diretoras.
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Luta por representatividade e protagonismo
A deputada Doutora Jane, ex-procuradora especial da Mulher da CLDF, provocou a reflexão sobre como convencer as mulheres a votar em outras mulheres. “Nada sobre mim sem mim”, afirmou ela, defendendo a importância da participação feminina na construção de políticas públicas que atendam às suas necessidades e realidades.
Doutora Jane lamentou a lentidão dos avanços no que diz respeito à representatividade feminina na política e defendeu a necessidade de maior engajamento das mulheres na militância político-partidária e na ocupação de cargos de liderança. “Precisamos ser maioria nas convenções [partidárias]”, ressaltou.
Sonho de um parlamento com maioria feminina
A deputada Jaqueline Silva, em seu segundo mandato como distrital, expressou o sonho de ver um dia o plenário da CLDF ocupado majoritariamente por mulheres, reconhecendo que elas já representam a maioria do eleitorado.
Para alcançar esse objetivo, Jaqueline Silva defendeu a participação feminina em diversas instâncias de poder, como conselhos de segurança, saúde e cultura, ressaltando que “tudo isso é processo político”. Ela também incentivou o apoio às candidaturas femininas nas eleições municipais de 2024.
Rompendo com o preconceito e abraçando a política
A deputada Paula Belmonte (Cidadania) compartilhou sua experiência pessoal de como a política se tornou parte de sua vida após a perda de um filho de dois anos. “Cheguei à Câmara sem saber quem era quem nem o que significava MDB ou PSB. Mas eu sabia que era uma mulher e que estava defendendo o direito das crianças”, disse.
Belmonte, que antes via a política como “algo muito distante, até com certo preconceito”, agora reconhece o potencial de impacto da atuação parlamentar e celebra o recebimento da medalha Amigo da Primeira Infância, concedida pelo Legislativo federal.