Em um conjunto de cerimônias realizadas pela Secretaria de Cultura nesta quarta-feira (18), nome do fotógrafo também vai batizar a Galeria Central do Espaço Cultural Renato Russo
Um dos mais importantes fotojornalistas do Brasil, Orlando Brito (1950 – 2022) ganha homenagem nesta quarta-feira (18) pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Às 19h, 16 imagens marcantes da trajetória do fotógrafo serão projetadas na cúpula do Museu Nacional da República. Logo em seguida, às 20h, a Galeria Central do Espaço Cultural Renato Russo será batizada com o nome do primeiro brasileiro a receber o World Press Photo Prize, concedido pelo Museu Van Gogh, na Holanda, em 1979.
A cerimônia é seguida pela projeção do filme Não Nasci para Deixar meus Olhos Perderem Tempo, de Claudio Moraes, na Sala Marco Antônio Guimarães, com entrada franca e sujeita à lotação. O documentário mergulha na trajetória de Brito, que retratou instantes variados, de carreiras artísticas aos momentos conturbados do Brasil em meio a uma ditadura. “O olhar dele foi testemunha e filtro”, avalia o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.
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“Rebatizar a Galeria da Praça Central com o nome de Orlando Brito é dimensionar a importância desse mestre, que fez um recorte profundo da política brasileira por meio de seu olhar e sensibilidade artística”, complementa o chefe da pasta.
Carreira brilhante
O artista retratou presidentes e personalidades políticas desde a ditadura militar, tendo sua obra reconhecida pelo registro crítico da recente história do Brasil. Mineiro de Janaúba, Orlando Brito começou de forma autodidata em 1965, como laboratorista do jornal Última Hora, em Brasília. Dois anos depois, já era fotógrafo, emendando uma carreira em grandes redações como O Globo e Veja. Ao longo da carreira, conquistou 11 vezes o Prêmio Abril de Fotografia e, a partir de 1987, foi considerado hors-concours da premiação.
É autor dos livros O Perfil do Poder, 1981; Senhoras e Senhores, 1992; Brasil: de Castello a Fernandos, 1996; e Poder, Glória e Solidão, 2002.
Em junho, fotos de Orlando Brito abriram o Museu de Arte de Brasília para a visitação depois de 14 anos de abandono do espaço. Foram exibidas 18 fotografias, realizadas entre 1966 e 2021, imagens do período da ditadura militar, das “Diretas Já” e da pandemia da covid-19.
As fotos de Brito normalmente ultrapassam o registro fotojornalístico e trazem um discurso poético e artístico a ponto de terem sido incorporadas aos acervos de instituições como o Museu de Arte de São Paulo, os museus de Arte Moderna do Rio e de São Paulo e o Centre Georges Pompidou, de Paris.