Flávia Sampaio Torres foi nomeada para função comissionada em 2021 e recebia salário de R$ 10.779,27. Com decisão, esposa de ex-ministro retorna ao Banco do Brasil, onde é assistente operacional júnior.
A esposa do ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres foi exonerada de um cargo especial no gabinete da liderança do governo na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O ato foi publicado nesta segunda-feira (30) e assinado pelo presidente da Casa, o deputado Wellington Luiz (MDB).
Com a decisão, Flávia Sampaio Torres retorna ao seu órgão de origem, o Banco do Brasil, onde exerce a função de assistente operacional júnior, com salário de R$ 4,2 mil. O marido, Anderson Torres, continua preso por suspeita de omissão nos atos terroristas cometidos em Brasília, em 8 de janeiro. Ele nega as acusações
LEIA TAMBÉM:
- A governadora em exercício Celina Leão defendeu a preservação do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) durante participação no painel
- Celina Leão diz que DF tem papel incomparável no cenário institucional do país: “A Democracia está viva”
- BRB convoca 74 aprovados no concurso para analista de TI e zera cadastro reserva
- Intervenção na segurança do DF termina nesta terça-feira (31)
Flávia foi nomeada para o cargo especial em fevereiro de 2021 e ganhava um salário bruto de R$ 10.779,27. Na CLDF, o líder do governo é um deputado que trabalha como uma espécie de “embaixador do GDF”, defendendo os interesses do governo.
Na época em que Flávia foi contratada, o líder do governo era o deputado Hermeto (MDB). Atualmente, a liderança é exercida pelo deputado Robério Negreiros (PSD), que manteve a esposa do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) no cargo.
À época em que Anderson Torres foi exonerado do cargo de secretário de Segurança Pública do DF e preso pela Polícia Federal, Flávia estava de férias. “Estou montando a nova equipe e não tive a oportunidade de conhecê-la ainda”, disse o deputado Robério Negreiros à época.
Nesta segunda, o distrital comentou sobre exoneração à TV Globo e disse que ela está relacionada ao número de servidores cedidos pelo governo federal.
“Eu não iria exonerá-la neste momento. Mas eu fui surpreendido com a informação de que a servidora não poderia permanecer na cota de ressarcimento obrigatória, destinada à requisição de servidores efetivos de órgão federal, negada (por despacho) pelo atual deputado primeiro-secretário”, disse.
Anderson Torres
Durante os atentados terroristas às sedes dos Três Poderes em Brasília, o então secretário de segurança e ex-ministro da Justiça Anderson Torres não estava no Brasil.
Torres tinha viajado para Flórida, nos Estados Unidos. Segundo ele, “eram as férias há meses sonhadas pela família”.
O secretário foi exonerado naquele mesmo domingo e voltou ao Brasil no dia 14 de janeiro. Ele embarcou sozinho, sem celular e escoltado por policiais americanos. Quando chegou, foi preso pela PF, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O ex-ministro está preso no batalhão da Polícia Militar no Guará 2. Em depoimento à Polícia Federal, Anderson Torres permaneceu em silêncio. A defesa do ex-secretário alegou que não teve acesso aos inquéritos nos quais Torres é investigado e que ele “esclarecerá sob tudo que lhe for perguntado tão logo a defesa tenha acesso aos autos”.
O ministro Alexandre de Moraes permitiu que a defesa de Torres tenha acesso às investigações e marcou um novo depoimento para esta quinta-feira (2).
Fonte: G1