Diretrizes para plano de prevenção de desastres hídricos são debatidas em audiência pública

Delmasso diz que a dimensão desse tipo de desastre, que atinge populações, instituições, culturas e ecossistemas, exige um planejamento articulado entre órgãos públicos e a participação da sociedade

A necessidade de “estar preparado” para evitar prejuízos humanos e materiais ante os desastres hídricos foi evidenciada em audiência pública da Câmara Legislativa que debateu diretrizes para a elaboração do Plano Distrital de Proteção e Defesa Civil. Por iniciativa do deputado Delmasso (Republicanos, o tema foi discutido por especialistas, em videoconferência na noite desta quinta-feira (11). Preocupações com recentes eventos, como o rompimento da barragem em Mariana (MG), levaram o parlamentar a apresentar proposta nesse sentido.

“A múltipla dimensão desse tipo de desastre, que atinge populações, instituições, culturas e ecossistemas, exige um planejamento articulado entre órgãos públicos de gestão de recursos hídricos e de gestão de proteção e defesa civil, com a participação da sociedade e entidades, para a construção compartilhada de soluções e a garantia de participação de todas as partes”, afirma o distrital no justificava do projeto de lei nº 630/2019, que propõe as diretrizes do plano.

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Na audiência pública, Delmasso explicou que legislação federal estabelece às unidades da federação acionarem os órgãos de segurança para que sejam instituídas políticas nessa direção. Para tanto, ele convidou representantes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, entre outras áreas do governo, para tratar da questão. Todos os participantes ratificaram as ações preventivas como primordiais para evitar maiores danos. Outra questão debatida foi o apoio de voluntários nessas situações que acabam atingindo a parte mais vulnerável da população que, na maioria das vezes, não tem percepção dos riscos. O trabalho voluntário é assunto de outra proposição de autoria de Delmasso – PL nº 631/2019.

Trabalho conjunto

Para Edna Gonçalves de Oliveira, especialista na matéria, atualmente professora para turmas do Corpo de Bombeiros, o importante em caso de desastres hídricos é que cada área faça sua parte. “Há quem acredite que no Brasil e no Distrito Federal não acontecem desastres. Mas acontecem sim, e a sociedade é prejudicada. A defesa civil é um trabalho conjunto entre o governo e a comunidade e não tem como ser diferente”, afirmou, apoiando o treinamento de voluntários.

Comandante do Grupamento de Proteção Civil do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Sinfronio Lopes Pereira, chamou a atenção para as barragens instaladas no DF. “A do Paranoá tem um plano de evacuação, mas precisamos estender os cuidados para as demais. É necessário trabalhar na prevenção, pois, depois dos desastres, os danos já ocorreram”, alertou. Também propugnou a necessidade de mais incentivos ao trabalho voluntário.

Por sua vez, Alan Alexandre Araújo, subsecretário do Sistema de Defesa Civil do DF, destacou que esse é um trabalho que “não se faz sozinho”, por isso, salientou, o símbolo da defesa civil: “São duas mãos: uma ajudando a outra, em prol do bem comum”. Já a coronel reformado do Corpo de Bombeiros Solange Ribeiro, que durante muito tempo participou de ações dessa natureza, ratificou a necessidade de elaboração de um plano de prevenção para atender às necessidades das comunidades afetadas pelos desastres naturais e exaltou a participação dos voluntários.

*Com informações da Câmara Legislativa-DF

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