Acima da média nacional, DF registra entrada de 6,2 mil estrangeiros em julho

Equipamentos públicos e atividades ofertadas pelo GDF justificam aumento na chegada de turistas internacionais na cidade

O Distrito Federal (DF) ficou acima da média nacional, em julho, no crescimento do turismo internacional. A capital registrou uma entrada de 6.241 estrangeiros, contra 5.047 no mesmo período de 2023. O trabalho desenvolvido pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para recepcionar e orientar os visitantes de fora do país aliado às pesquisas internacionais que colocam a cidade em rankings como um dos melhores destinos para conhecer, como a do The New York Times, certificam que Brasília se tornou uma referência nacional quando o assunto é turismo.

Os dados são da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). A empresa revelou também que a entrada de 6.241 estrangeiros em julho deste ano no Distrito Federal representa um aumento de 23,67% em relação ao ano passado, número acima da média nacional, que apresentou crescimento de 16,35% entre as outras unidades da federação.

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Os motivos para o aumento são diversos. “O nosso trabalho é para impulsionar o turismo internacional na cidade. Participamos de feiras globais renomadas, como BTL em Lisboa; Fitur em Madri; IMEX em Frankfurt; e WTM Latin America para promover a nossa capital. Brasília também se destaca internacionalmente, sendo a única cidade brasileira na lista do The New York Times entre os 52 melhores destinos turísticos para 2024. Nosso aeroporto, eleito pela 14ª vez o melhor na categoria com mais de 10 milhões de passageiros anuais, fortalece nossa posição, oferecendo voos diretos para diversas cidades fora do país. O DF também passou a receber mais festivais, shows, congressos e feiras internacionais”, esclarece o secretário de Turismo do DF, Cristiano Araújo.

Segundo o assessor tributário da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Eduardo Almeida, o turismo ecológico e a gastronomia também influenciam na alta demanda de turistas na cidade: “O DF desperta essa curiosidade em sua arquitetura. Aqui também é a porta de entrada para o Centro-Oeste, no caso de pessoas que querem conhecer a Chapada dos Veadeiros, por exemplo. Além disso, somos o terceiro polo gastronômico do país, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Tudo isso faz com que as pessoas queiram vir conhecer a nossa cidade”, defende o assessor.

Já a ampliação de rotas internacionais diretas reflete na facilidade que os turistas têm de chegar à capital federal. Essa mobilidade veio graças ao apoio do GDF, que reduziu de 12% para aproximadamente 7% o ICMS incidente sobre o querosene de aviação (QAV) adquirido pelas companhias aéreas. Hoje, o Aeroporto Internacional de Brasília – Presidente Juscelino Kubitschek opera voos sem escalas para Lisboa (Portugal), Cidade do Panamá (Panamá), Miami e Orlando (Estados Unidos), Buenos Aires (Argentina), Lima (Peru) e Santiago (Chile).

Toda essa movimentação tem gerado um impacto nas rotas internacionais do aero. O terminal brasiliense fechou o ano de 2023 como o aeroporto fora do eixo Rio-São Paulo que mais movimenta passageiros para o exterior. É o terceiro do país com o maior fluxo de passageiros de voos internacionais, atrás apenas de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ).

“Nosso governo tem obtido muitas conquistas para a capital e entende que a indústria do turismo é uma das que mais cresce em todo o mundo, gerando emprego, renda e riquezas para a cidade”, explica o secretário de Relações Internacionais (Serinter), Paco Britto.

Ele ressalta que um dos trabalhos realizados pela pasta está focado na conquista das novas rotas internacionais para Brasília. “O voo Brasília-Bogotá está previsto para ser anunciado nos próximos dias e, além deste, teremos Cancún até o final do ano; Roma, que estamos bem avançados nas negociações com apoio do governo federal; e um voo para o continente africano que estamos buscando em várias companhias”, destaca o chefe da Serinter.

Ainda de acordo com Britto, as novas rotas aéreas, juntamente com a aproximação do corpo diplomático das embaixadas com a cidade, por meio dos projetos desenvolvidos pela Serinter, dão visibilidade a Brasília e atraem, cada vez mais, visitantes para a capital.

Economia aquecida

O turismo interage com 52 atividades econômicas, sendo um dos maiores potenciais de desenvolvimento econômico. Os bens e serviços consumidos pelos visitantes, como alimentação, transporte, entretenimento e alojamento, são os que deixam a economia da cidade ainda mais aquecida, gerando emprego e renda ao setor produtivo e fortalecendo o comércio e os produtos da região.

Um dos grandes eventos que a capital vai receber é a ABAV Expo. De 26 a 28 de setembro, o evento, promovido pela Associação Brasileira de Agência Viagem, reúne os principais players do setor e promove a conexão com o principal canal de distribuição do turismo brasileiro, que são os agentes de viagens.

“Isso não é um fator pontual. É resultado de um trabalho que a Secretaria de Turismo e o GDF vêm fazendo para promover Brasília. Prova disso é o aumento no número de voos internacionais. Temos também o excelente momento que a cidade vive, sediando grandes eventos internacionais, como Capital Moto Week e Rally dos Sertões”, detalha o secretário de Turismo do DF, Cristiano Araújo.

No DF, é justamente o setor de serviços o que mais cresce, concentrando 95% do Produto Interno Bruto (PIB) distrital — indicador abrangente da atividade e da saúde econômica de um país que é calculado a partir da soma de todos os bens e serviços produzidos em um determinado território durante um período específico.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços prestados no DF em julho teve uma expansão de 14,8% frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal, voltando a subir após dois meses de queda.

Os dados divulgados pelo instituto mostram que esse setor na capital federal se encontra 9,8% acima do nível de fevereiro de 2020, período pré-pandemia. De acordo com o assessor tributário da Fecomércio-DF, Eduardo Almeida, há duas hipóteses que podem justificar esse crescimento expressivo.

“Foi um aumento atípico em julho. A atividade que teve um desempenho atípico que ocasionou esse aumento foi a de informação e comunicação, com um crescimento de 42,5% em julho, se comparado com junho. A primeira teoria é a de procura mais intensa por empresas de comunicação para o período de campanha eleitoral no Entorno e em outros estados, que recorrem aos profissionais do DF por já terem expertise no ramo. A segunda hipótese é a de aumento na compra de softwares de segurança cibernética no setor público, que tem mostrado uma demanda maior nos últimos três meses”, explica Eduardo Almeida.

Ranking de principais emissores de turistas ao DF em julho de 2024

1 – Estados Unidos (2.548)
2 – França (489)
3 – Portugal (420)
4 – Peru (359)
5 – Chile (352)
6 – Argentina (306).

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