Maioria dos brasileiros quer vacinar filhos contra Covid-19, aponta pesquisa da Fiocruz

Maior hesitação é entre pais de crianças de até quatro anos, que ainda não estão habilitadas para a imunização, segundo revelou a pesquisa

Mais de 80% dos pais querem vacinar os filhos contra a Covid-19. Essa é a conclusão da pesquisa VacinaKids, feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Entre os mais de 15 mil entrevistados, ouvidos entre 17 de novembro e 14 de dezembro, a maior parte dos pais que hesita em imunizar os filhos tem crianças com até quatro anos: 16,4%. Essa faixa etária, contudo, ainda não contemplada pela campanha de imunização.

A metodologia da pesquisa, realizada on-line, considera em hesitação os pais que não querem ou estão em dúvida sobre a imunização. Estão enquadrados nesta situação 12,8% dos familiares de crianças da faixa etária de cinco a 11 anos: é o menor índice da pesquisa. Já para os adolescentes, a proporção de pais nesta situação é de 14,9%.

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Entre os principais motivos alegados por pais e mães para a não vacinação dos pequenos, estão medo de reações adversas, a opinião de que a vacina precisaria de mais tempo de desenvolvimento para ser considerada segura ou que as crianças não correm risco de desenvolver um quadro grave de Covid-19.

Pesquisadora clínica e pediatra do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Daniella Moore reiterou a segurança da vacina para a faixa etária e citou o Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade sobre a segurança da vacina de Covid-19 em crianças de cinco a 11 anos, divulgado no final de 2021 pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

“A grande maioria (97,6%) dos efeitos notificados foi leve a moderado, como dor no local da injeção, fadiga ou dor de cabeça. Ou seja, a vacina é, de fato, segura e os dados comprovam a sua segurança, mostrando, na sua maioria, efeitos adversos que mães e pais já têm experiência em lidar com outras vacinas do calendário vacinal”, pontuou a pesquisadora.

No estudo VacinaKids, alguns pais reportaram medo da ocorrência de miocardite, que é uma inflamação do músculo cardíaco, como efeito colateral da vacina para prevenção da Covid-19. Moore reitera que o relatório do CDC mostrou que “este é um evento raríssimo” e que, quando ocorre, “tende a ter uma evolução satisfatória”.

O documento destaca ainda que a doença é mais comum como consequência da Covid-19 na infância, e não da vacinação. No relatório do CDC, foram observados apenas 11 casos de miocardite entre as 8,7 milhões de doses aplicadas da vacina na faixa etária de 5 a 11 anos, em todos os EUA.

No Brasil, o Ministério da Saúde deu início a vacinação para o público de cinco a 11 anos neste mês de janeiro de 2022. A projeção é que essa faixa etária reúna um público de 20 milhões de crianças.

Fonte: CNN

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