Fora da agenda, Bolsonaro se reúne com deputada de extrema direita da Alemanha

Beatrix von Storch é líder do partido Alternativa para a Alemanha (AfD); avô foi ministro de Hitler por 12 anos. Deputada foi recebida no Palácio do Planalto na última semana

Em 2018, Von Storch protagonizou uma polêmica com a polícia de Colônia, na Alemanha, após a corporação publicar mensagem em redes sociais com alertas em alemão e árabe. A parlamentar questionou o uso da língua – as postagens dela foram deletadas pelo Twitter e pelo Facebook.

“Que diabos se passa neste país? Por que a polícia publica agora mensagens oficiais em árabe?”, disse Von Storch. “Agora se dirige às hordas de homens bárbaros, muçulmanos e estupradores para tentar adulá-los?”, questionou.

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A visita ao Brasil

Na visita ao Brasil, a deputada de extrema-direita também foi recebida pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes. A parlamentar alemã ainda teve reuniões com os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, e Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) e o Museu do Holocausto criticaram na semana passada os encontros de Von Storch com Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis.

A Conib lamentou a recepção a representante da AfD, pois “trata-se de partido extremista, xenófobo, cujos líderes minimizam as atrocidades nazistas e o Holocausto”.

O Brasil é um país diverso, pluralista, que tem tradição de acolhimento a imigrantes. A Conib defende e busca representar a tolerância, a diversidade e a pluralidade que definem a nossa comunidade, valores estranhos a esse partido xenófobo e extremista”, disse a confederação em nota.

O Museu do Holocausto, ao comentar uma publicação de Bia Kicis nas redes sociais, citou que Von Storch é neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, ministro nazista das Finanças, e afirmou que a AfD apresenta “tendências racistas, sexistas, islamofóbicas, antissemitas, xenófobas e forte discurso anti-imigração”.

“É evidente a preocupação e a inquietude que esta aproximação entre tal figura parlamentar brasileira e Beatrix von Storch representam para os esforços de construção de uma memória coletiva do Holocausto no Brasil e para nossa própria democracia”, publicou o Museu do Holocausto.

*Com informações de G1

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