O senador Wellington Fagundes (PL-MT) afirmou hoje que a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal, anunciada mais cedo, deve ser oficializada em 22 de novembro.
A data foi marcada após reunião com a presença da ministra Flavia Arruda (Secretaria de Governo). A escolha desse dia é uma referência ao número do partido nas urnas e também ao ano da próxima eleição.
O senador sinalizou que o partido também deve receber apoiadores de Bolsonaro. “Há um empenho de todos os companheiros do partido para receber o presidente, que especialmente em meu Estado, Mato Grosso, tem muita força. O partido também está aberto para filiação de toda equipe do presidente e apoiadores”, disse o senador.
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Atualmente, os três filhos políticos de Bolsonaro estão em partidos distintos: Carlos é vereador no Rio de Janeiro pelo Republicanos; Flavio é senador pelo Patriota; e Eduardo é deputado pelo PSL.
No início da tarde de hoje, o senador Fagundes havia dito que as diferenças regionais do PL podem levar a um racha interno. “É possível ter coligações diferentes, até porque na legislação não tem verticalização”, disse a jornalistas.
Mas a ala conservadora do PL recebeu bem o ingresso de Bolsonaro ao partido. Para o deputado federal Lincoln Portela (PL-MG), vice-líder do partido e um dos líderes da bancada evangélica, a escolha é positiva para a democracia.
“A aliança é boa para o presidente e para o PL. As ideias comungam, o partido [na Câmara] vota em 93% com o presidente da República, e é liberal. A expectativa é boa e tudo já está ajustado”, disse Portela.
Opositor declarado de Bolsonaro, o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) tem dito desde janeiro deste ano que estaria em palanque contrário ao de Bolsonaro nas eleições de 2022. Após a notícia da filiação, nesta segunda, o congressista usou suas redes socais para afirmar que, em respeito ao PL, não comentaria o caso.
A bancada do PL na Câmara é composta atualmente por 43 deputados. É a terceira mais numerosa da Casa, atrás apenas do PT (53) e do PSL (54).
Filiação acertada
O presidente Jair Bolsonaro decidiu hoje que concorrerá às eleições presidenciais de 2022 pelo PL. O novo partido do presidente foi confirmado por interlocutores próximos a Bolsonaro.
Desde que deixou o PSL, em 2019, após desentendimentos com a cúpula da sigla, Bolsonaro tentou criar o Aliança Pelo Brasil, mas o projeto acabou não saindo do papel a tempo.
Bolsonaro também chegou a discutir seu retorno ao Progressistas (PP), partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, pelo qual Bolsonaro foi deputado de 2005 a 2016. “Tentei e estou tentando um partido que eu possa chamar de meu e possa, realmente, se for disputar a Presidência, ter o domínio do partido. O PP passa a ser uma possibilidade de filiação nossa”, relatou o presidente em julho.
Mas, com o martelo batido hoje, Nogueira já teria sido avisado sobre a decisão do presidente de não voltar ao Progressistas.
“Sempre falo com o presidente. Sempre tive contato com o Bolsonaro. Agora, tivemos o contato anterior e as coisas andaram. Fiz nossa gravação convidando ele para vir par ao partido. Hoje ele [Bolsonaro] me informou que falou com o Ciro [Nogueira, do PP], falou com os outros partidos. Ele tem que se entender com todos, nós temos que nos entender para que todos sejam atendidos”, disse Costa Neto em mensagem enviada a jornalistas.
“Hoje, o PP tem a presidência da Câmara. Amanhã vamos querer ter essa presidência. Tem a reeleição do Arthur [Lira, do PP], vamos apoiar e depois de nós vem o PRB [Republicanos]. Todos têm que crescer, todos têm que ter essa vantagem, não pode ficar para trás. Se temos um grupo, temos que estar unidos. Mas ele [Bolsonaro] falou comigo que falou com Ciro hoje, Ciro entendeu, vamos tocar para frente o assunto e vamos ver quando vamos fazer a filiação”, concluiu o ex-deputado do PL, na gravação.
Fonte: Uol