Para ministra, pessoas usam altas temperaturas para atear fogo ao país
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, denunciou neste sábado (14) a ocorrência de um “terrorismo climático” no Brasil, com indivíduos explorando as condições de seca e altas temperaturas para provocar incêndios devastadores. Em entrevista em São Carlos (SP), a ministra afirmou que esses atos criminosos representam uma grave ameaça à saúde pública, ao meio ambiente e à economia do país.
Marina Silva enfatizou a necessidade de uma ação conjunta de todos os agentes públicos para combater essa prática, que, segundo ela, possui motivações deliberadas para causar caos e instabilidade no Brasil. A ministra comparou a situação aos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando houve uma tentativa de golpe contra o governo.
A Polícia Federal (PF) está conduzindo investigações para identificar os responsáveis e possíveis mandantes por trás dos incêndios. Até o momento, 17 pessoas foram presas e 50 inquéritos foram abertos. A ministra defendeu ainda o endurecimento das penas para esse tipo de crime, que atualmente varia de um a quatro anos de prisão.
Os prejuízos causados pelos incêndios já são alarmantes. Em São Paulo, os agricultores, especialmente os produtores de cana-de-açúcar, contabilizam perdas de R$ 2 bilhões. Além disso, vastas áreas de agricultura, pecuária e florestas foram consumidas pelas chamas.
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Marina Silva alertou para o impacto dos incêndios na biodiversidade e na própria capacidade das florestas de se recuperarem. A seca prolongada, agravada pelas mudanças climáticas, torna as florestas mais vulneráveis ao fogo, e cerca de 32% dos incêndios são intencionais, com o objetivo de degradar o meio ambiente.
A ministra fez um apelo à população para que denuncie qualquer atividade suspeita e colabore com as autoridades no combate a esse “terrorismo climático”. A preservação do meio ambiente e a segurança de todos dependem de um esforço conjunto para enfrentar essa grave ameaça.
Da redação com informações da Agência Brasil