O ex-estudante e cientista social Danilo Santana, 24, do Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães, localizado no município de Santa Terezinha, ajudou a realizar o sonho de sua mãe, Djanira Santana, 49, de voltar a estudar.
Após 29 anos fora da escola para criar os seus três filhos, dona Djanira retornou para a mesma unidade de ensino onde o seu filho estudou e ela trabalhou como merendeira para, finalmente, concluir o Ensino Médio.
Nesta quinta-feira (17), o seu primeiro dia de aula marcou para sempre a vida da merendeira que, atualmente, trabalha, na mesma função, em um centro de Atendimento Multidisciplinar para Pessoas com Necessidades Educativas Especiais.
LEIA TAMBÉM:
- Carnaval exige cuidados da população contra a covid-19
- Goiás tem representante na maior Escola de Formação Política do Brasil
- Museu Nacional da República abre programação de 2022
- Blitz educativa alerta para riscos do uso de drogas e álcool no Carnaval
Com muita força de vontade, garra e sede de conhecimento, Djanira agora terá novas experiências de aprendizado, juntamente com a sua turma da etapa VI, que corresponde à 1ª e 2ª série do Ensino Médio, na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Dona Djanira não esconde a felicidade em voltar para a escola e vivenciar a rotina de estudante.
“Estou muito feliz, porque quando a gente tem um sonho voamos em direção a ele. É muito bom voltar para esta escola, fazer novos amigos e aprender com os professores. Sempre incentivei os meus filhos nos estudos e, hoje, todos estão formados. Tenho boas expectativas e espero obter novos conhecimentos. Vou estudar bastante para me formar e fazer uma universidade, pois também tenho esse sonho”, disse, emocionada.
Danilo contou como ajudou a mãe ao recuperar o seu histórico escolar. “Fui convidado pelo Núcleo Territorial de Educação Piemonte do Paraguaçu (NTE 14) para participar de um encontro de líderes estudantis, em Itaberaba. Chegando lá, conheci a equipe do núcleo e uma das pessoas era responsável pelo arquivo. Falei com ela sobre o sonho de minha mãe e a necessidade em encontrar o documento. A técnica pediu o nome completo da minha mãe e ficou de fazer uma busca no arquivo. Passados alguns dias, ela me retornou informando que havia encontrado o histórico”.
O jovem também disse que está muito contente em ter mediado a realização do sonho de sua mãe.
“Ela sempre me incentivou a estudar e esteve presente em todas as etapas do meu processo educativo. É uma emoção muito grande retornar com ela à escola que fez parte de nossa vida em diversos momentos para realizar o seu desejo de estudar. A sensação é de gratidão e dever cumprido”.
Segundo a diretora do NTE 14, Valdeci Carvalho de Santana, o processo de resgate do histórico foi resultado de um processo de “Busca Ativa”.
“O Governo da Bahia, através do programa Estado Solidário, contribuiu significativamente com as escolas no fortalecimento da Busca Ativa. Além disso, as escolas precisaram se ressignificar para atrair e manter nossos alunos na sala de aula. Dessa forma, identificam os alunos faltosos, entram em contato via telefone, buscam o apoio da comunidade escolar e local, em um processo de mobilização e sensibilização sobre a importância da escola para o projeto de vida”, salientou.
Fonte: Razões Para Acreditar