No Brasil, cerca de 90 mil pessoas aguardam por um transplante, segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT)
Rita de Kássia Souza, 39 anos, técnica de enfermagem do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), perdeu o filho Gabriel Henrique Souza Veras, de 18 anos, em 17 de janeiro de 2023. O jovem foi vítima de uma descarga elétrica enquanto buscava a bola de uma partida de futebol em Luziânia, Goiás.
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Após o acidente, Gabriel foi socorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Luziânia e, em seguida, transferido para o HRSM, hospital mais próximo e onde Rita trabalha. Uma semana após a internação, o óbito foi confirmado.
Mesmo diante da dor de perder o filho mais velho, Rita optou por fazer a doação de órgãos de Gabriel. Com a doação, os rins, o coração e o fígado do jovem foram transplantados para seis pessoas diferentes.
“Fico emocionada de saber que o meu filho foi capaz de transformar a vida desses dois jovens, porque eles estavam super debilitados quando fizeram o transplante e agora estão bem, com saúde. É praticamente um milagre de Deus”, avalia Rita.
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A técnica de enfermagem recebeu uma homenagem da equipe do HRSM e da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). A homenagem incluiu uma carta, uma cesta de chocolates e flores.
“Eu nem imaginava receber essa surpresa em meio ao trabalho, no meio do expediente. Esses últimos dias, após as festas de fim de ano, foram muito difíceis. Eu estou muito mal e quando me sinto assim, prefiro vir trabalhar, pois consigo me distrair e ocupar a cabeça. Fora que meus amigos me confortam e me dão apoio diariamente. Além disso, minha filha Sofia me dá forças para continuar vivendo”, afirma emocionada.
Doação de órgãos
No Brasil, cerca de 90 mil pessoas aguardam por um transplante, segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Desse total, 48% precisam de um rim, 29% de um fígado, 13% de um coração, 6% de pulmões, 2% de pâncreas e 1% de córneas.
Para ser um doador, basta manifestar o desejo à família ou inserir o nome no Cadastro Nacional de Doadores de Órgãos (CAD). A doação de órgãos pode ser feita após a morte encefálica, que é a cessação irreversível das funções cerebrais. Nesse caso, a doação pode ser feita de órgãos e tecidos, como rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, córneas, ossos, tendões, válvulas cardíacas e pele.
Também é possível doar órgãos e tecidos em vida, como rim, medula óssea e sangue do cordão umbilical.
A doação de órgãos é um procedimento seguro e que salva vidas. No Brasil, a taxa de sucesso dos transplantes é de 95%.
No Hospital Regional de santa Maria (HRSM), é possível fazer captação de córneas. A retirada e transplante de outros órgãos são feitos em outras unidades do Distrito Federal, como o Hospital de Base e o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF). No entanto, em 28 de novembro de 2023 foi realizada a primeira captação de múltiplos órgãos no HRSM por uma equipe do ICTDF.
Ao longo de 2023, ocorreram 48 casos prováveis de captação de córneas, porém, somente 12 captações ocorreram. No caso de morte encefálica, foram registradas cinco doações de córneas, totalizando 17 captações ao longo do ano no HRSM.