Eles reaproveitam entulhos de madeira e fazem casinhas, que são distribuídas na região.
Quatro detentos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Serra Azul, interior de São Paulo, têm usado o tempo de reclusão para ajudar animais abandonados da cidade.
A ideia ganhou apoio de um empresário local, que tem ajudado os detentos. As casinhas são entregues em ONGs que cuidam de animais sem dono ou que vivem em abrigos temporários de Serrana.
LEIA TAMBÉM:
- Homem adapta bicicleta para passear com esposa que perdeu o movimento das pernas
- Policiais militares distribuem bombons em ponto de vacinação
- Psicologia Perinatal: Conheça a profissional da área, Mariana Alves
- Comissão da Vacina vai convidar secretário de Saúde para tratar do plano distrital de vacinação
Marcenaria improvisada
A ideia surgiu quando o diretor do CDP, Valdemar Alves, viu uma publicação nas redes sociais, sobre instalação de pontos de comedouros e bebedouros para cães e gatos de rua. O projeto era administrado por um empresário local, que ficou muito contente quando recebeu a ligação de Valdemar.
“Entrei em contato com o Wagner [empresário] para falar sobre um projeto semelhante desenvolvido em outro presídio da Secretaria da Administração Penitenciária [SAP], que era a construção de casinhas para cães, e me coloquei à disposição para desenvolver essa ação também no CDP de Serra Azul”, conta Valdemar.
O diretor aproveitou também o conhecimento do detento Carlos Eduardo Marciano, de 46 anos, que é marceneiro. Carlos ficou responsável por ensinar os companheiros do CDP a trabalhar com madeira para a construção das casinhas.
“A cabeça da gente muda, porque o lugar em que a gente se encontra não é um bom e, trabalhando, estamos distraindo a cabeça. A gente faz de coração, com amor, porque sabemos que estamos ajudando animais abandonados”, diz.
As primeiras madeiras vieram de um entulho, resultante da reforma em uma das quadras municipais de Serra Azul.
“O Wagner teve conhecimento de que a madeira, inicialmente, seria descartada como entulho. Então, conseguimos que o município doasse o material para o nosso projeto”, conta Valdemar.
Wagner conseguiu ainda apoio de outros empresários, que doaram ferramentas, pregos, lixas e outros materiais necessários. Até agora, 28 casinhas estão prontas e os detentos têm material suficiente para a produção de mais 50.
Distribuição
As primeiras casas foram distribuídas par ONGs e abrigos temporários de Serrana. Agora, ao adotar um cão, o dono já leva junto uma casinha. Parte delas também será colocada à venda em pet shops e o dinheiro arrecadado será convertido em doações de sacos de ração às ONGs do município.
Um dos detentos envolvidos no projeto, Ronaldo César Justino, de 52 anos, disse que a iniciativa é importante para a reinserção do preso ao convívio social e para a causa animal.
“Além de ocupar o tempo, ocupa a mente. É bom saber que estamos pagando a nossa dívida com a sociedade e ainda ajudando a cuidar dos animais abandonados. Participar desse projeto nos ajuda a recuperar a autoestima”, concluiu.
*Com informações do site Só Notícia Boa